O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalterada a taxa básica de juros da economia, atualmente na faixa entre 0% e 0,25%. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 3.
Apesar de a inflação estar em um patamar recorde, ultrapassando a meta de 2%, a instituição optou por manter os juros na faixa atual, conforme já era esperado pelo mercado.
O BCE removeu ainda uma cláusula que estipulava que o próximo movimento de política monetária poderia ser “em qualquer direção”.
“O Conselho do BCE está pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para garantir que a inflação se estabilize em sua meta de 2% no médio prazo”, informou o banco.
Segundo dados divulgados na quarta-feira 2 pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, o índice de inflação ficou em 5,1% em janeiro, na taxa anualizada.
Em dezembro do ano passado, a inflação já havia batido o recorde até então, chegando a 5% na comparação anual. A expectativa do mercado para janeiro era de 4,4%.
Os preços da energia continuam sendo os principais vilões da inflação na Zona do Euro, seguidos pela subida no valor dos alimentos. O aumento no valor dos serviços e bens industriais permaneceu estável em patamares elevados.
Banco Central do Brasil subiu a Selic
Em reunião na noite de quarta-feira 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou o aumento da taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) para 10,75% ao ano. Em dezembro do ano passado, a taxa havia chegado a 9,25% ao ano — a alta, portanto, foi de 1,5 ponto porcentual.
Trata-se do oitavo aumento consecutivo da Selic, que volta agora aos dois dígitos pela primeira vez em mais de quatro anos. Em julho de 2017, os juros básicos da economia estavam em 10,25% ao ano.
A decisão anunciada pelo Copom não surpreendeu o mercado, que já esperava a continuidade da política de aumento dos juros. Segundo projeções de analistas financeiros, a Selic deve voltar a subir em março, provavelmente chegando aos 11,75% ao ano.