Em um comunicado ao mercado, a Petrobras confirmou que estuda mudar a política de dividendos aos acionistas. A estatal publicou a informação na quarta-feira 19.
De acordo com o texto, o tema deve ser deliberado nos próximos dias. “A previsão é que o assunto seja apreciado pelo Conselho de Administração da Companhia até o final de julho”, informou a Petrobras sobre a revisão de sua Política de Dividendos.
Na nota, a estatal disse ainda que estudos “aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas estão em andamento”. Segundo o jornal O Globo, Sergio Caetano Leite, o novo modelo deve ser adotado para os resultados do segundo trimestre.
Um grupo de trabalho que inclui representantes das áreas financeira, jurídica, tributária e de governança estuda a mudança. Ele é composto por onze membros.
Jean Paul Prates, presidente da companhia, já havia sinalizado a intenção de fazer a mudança desde que assumiu a direção da empresa. Eleito senador pelo PT do Rio Grande do Norte em 2019, ele assumiu o cargo em 26 de janeiro, depois que o presidente Lula voltou ao poder.
Petrobras e os dividendos
Em 2022, a Petrobras figurou como a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, de acordo com o índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. A cifra fechou em US$ 22 bilhões.
Essa política de remuneração ajudou a atrair investidores no passado. Entre 2014 e 2017, a empresa ficou no prejuízo. Ou seja: sem lucro para repassar aos acionistas.
A estatal e a Lava Jato
A operação Lava Jato desvendou um esquema de corrupção que desviava dinheiro dos cofres das estatais nos governos de Lula e Dilma Rousseff. O escândalo ficou conhecido como Petrolão.
Por meio do esquema, funcionários da Petrobras cobravam propinas por contratos superfaturados fechados com a estatal. O Petrolão gerou bilhões de dólares em prejuízo para a companhia.