Não é apenas no Brasil que a alta do diesel pressiona atividades estratégicas da economia. Europa e Estados Unidos também vêm lidando com consequências do aumento dos preços nos combustíveis, principalmente sobrecarregando o setor de transportes. Um artigo desta sexta-feira, 13, do Wall Street Journal discorre sobre a crise internacional envolvendo o produto.
Países importantes da Europa dependem da importação do diesel da Rússia, mas o fornecimento está comprometido há alguns meses em razão do conflito na Ucrânia. Nos Estados Unidos, por sua vez, o preço do combustível atingiu o recorde histórico de US$ 5,5 na última quinta-feira, 12, com aumento de 56% apenas em 2022.
Na economia norte-americana, o diesel é usado principalmente pelos caminhões, o que significa que o aumento já vem impactado custos de frete e entrega de produtos. Para piorar, segundo as autoridades de energia dos EUA, os estoques do combustível atingiram o menor patamar em 17 anos. A oferta está particularmente apertada na Costa Leste, onde as reservas caíram para seu nível mais baixo desde 1990.
Dilema europeu na relação com os russos
Já na Europa, onde os carros a diesel representam uma fatia maior da frota automotiva, os preços no mercado atacadista saltaram 88% em relação ao ano passado. A disponibilidade de combustível provavelmente vai piorar à medida que as sanções à Rússia se intensificarem, expondo a fragilidade da política energética da região.
Os governos locais pressionaram os motoristas nas últimas décadas a adotar carros a diesel, mas não atualizaram a indústria de refinarias para que pudessem produzir o combustível em maior quantidade. Isso significava comprar mais diesel da Rússia, o supermercado de energia à leste da Europa.
Na Europa, as importações de diesel da Rússia devem cair ainda mais a partir de 15 de maio, quando entram em vigor as sanções que restringem os negócios envolvendo a Rosneft Oil, empresa alinhada ao governo de Vladimir Putin. Um embargo total às importações de petróleo russo é uma possibilidade atualmente em pauta na cúpula da União Europeia.
Crise de desdobramentos globais
Os estoques globais de produtos petrolíferos refinados, incluindo o diesel, caíram para níveis sensivelmente baixos, informou a Agência Internacional de Energia na última quinta-feira. A escassez está começando a prejudicar a mobilidade em vários países africanos, além de Iêmen e Sri Lanka na Ásia. O combustível de aviação está acabando no México, de acordo com a organização intergovernamental.
A crise do diesel é outro resultado da trajetória oscilante das economias ocidentais desde o início da pandemia do coronavírus. Quando os EUA e a Europa entraram em paralisação em 2020, a demanda de energia despencou. Várias refinarias tiveram dificuldades e acabaram fechando suas portas, como o Gunvor Group, na Bélgica, e a Shell PLC, no Estado de Louisiana, nos EUA.
Este é o contexto delicado que envolve consequências da pandemia e impacto da guerra na Ucrânia. A crise dos combustíveis pelo mundo ainda não tem horizontes de melhora.
E aí, a culpa tbm é do Bolsonaro? 🤨
Eu disse já faz tempo, quem vai ganhar essa briga será quem tiver mais gás, literalmente e no sentido figurado. Esses europeus imbecis já estão com as línguas todas de fora, já pedindo arrego. É só uma questão de tempo que eles cairão sózinhos.