Uma mulher de 80 anos descobriu que passou praticamente toda a vida com uma agulha de 3 centímetros alojada no seu cérebro. Moradora do interior da Rússia, ela foi informada sobre a existência do objeto depois de ser submetida a um exame de tomografia. Os médicos que a examinaram suspeitam que a russa tenha sido vítima de uma tentativa de infanticídio.
Agulha na cabeça
A cidadã russa nasceu na década de 1930, período histórico marcado pela alta escassez de alimentos no país do leste europeu. Nesta época, a estatização dos meios de produção gerou uma gravíssima crise de fome; segundo a Enciclopédia Britânica, cerca de 5 milhões de pessoas morreram em decorrência da miséria do comunismo.
Os médicos que estudaram o caso da mulher de 80 anos acreditam que os pais tentaram matá-la quando ela ainda era um bebê — possivelmente num ato desesperado porque não tinham meios para alimentá-la.
Em comunicado oficial divulgado no Telegram, a secretaria de saúde da região de Sakhalin, onde a mulher vive, disse: “Estes casos de infanticídio não eram incomuns no período da grande fome”. Ao longo da história, os russos sofreram com o desabastecimento crônico como consequência das medidas econômicas de viés comunista.
Como a agulha foi parar no cérebro da mulher?
A teoria mais aceita pelos médicos de como a agulha foi introduzida no cérebro da russa explica que o objeto foi introduzido através da moleira — os espaços que separam os crânios dos recém-nascidos. Porém, com o desenvolvimento da criança, os ossos do crânio fecharam-se completamente.
A mulher, portanto, não ficou com cicatriz alguma; e o artefato de metal no seu cérebro também não afetou o seu desenvolvimento. Por fim, depois de estudarem o caso em detalhes, os médicos decidiram que não vão remover a agulha. Isso porque a cirurgia de remoção poderia trazer riscos à vida da russa.