A política de distensão implementada pelo presidente Joe Biden, dos Estados Unidos (EUA), em relação à Venezuela tem o objetivo de pressionar a ditadura de Nicolás Maduro a permitir a participação de uma oposição fortalecida nas próximas eleições, em 2024.
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Neste sentido, fontes próximas a Biden afirmam que não são os EUA que amenizaram as críticas ao regime, mas foram os membros do próprio regime que, acuados e pressionados, têm buscado condições políticas para permitir uma transição no poder.
A libertação do empresário Alex Saab, aliado de Maduro, no entanto, tem sido muito criticada por comunidades no sul da Flórida. Tal postura, segundo os venezuelanos opositores ao regime, acaba enfraquecendo a segurança nacional dos EUA, por ter o potencial de encorajar outros criminosos a agir contra o país.
Alex Saab acabou se tornando um personagem útil para Biden. Depois de preso em 2020, na Costa Verde, e extraditado para os EUA em 2021, teria fornecido importantes informações sobre os negócios e o regime venezuelano. Devolveu aos cofres norte-americanos US$ 12 bilhões.
Nascido em Barranquilla, Alex Saab completou 52 anos na quinta-feira 21, um dia depois de sua libertação. Ele é filho de um imigrante libanês, Luis, radicado na cidade colombiana, na qual iniciou vários negócios, como a Textiles Saab.
Os bons resultados da empresa fizeram a família enriquecer. Saab frequentou uma escola particular, considerada de elite, a Escola Alemã de Barranquilla.
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“Situada no norte da Colômbia, especialmente o norte caribenho, há em Barranquilla muita circulação de venezuelanos e há muita integração entre venezuelanos e colombianos”, afirma a Oeste o analista político colombiano Alejandro Villanueva Bustos.
“Alex Saab pertence a essas famílias milionárias que estão presentes na política e no poder na região caribenha colombiana e, claro, venezuelana.”
O crescimento dos negócios na indústria têxtil abriu caminhos para Saab ingressar em outros setores, conforme afirma Bustos, mestre em Sociologia pela Universidad Pedagógica Nacional de Colombia.
“É importante ter em conta que Alex Saab também foi protagonista em uma empresa de fertilizantes muito importante para o governo colombiano e para o governo venezuelano que se chama Monómeros”, conta o analista.
Com isso, diz ele, Saab foi ganhando influência, por meio de negócios com os dois governos.
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“Definitivamente, Alex Saab tinha uma grande quantidade de tentáculos. Na Colômbia, grandes investimentos, grandes quantidades de propriedades e, assim, uma grande quantidade das elites costeiras o estavam apoiando ou tinha negócios com ele.”
Com trânsito em vários países, o empresário obteve também o passaporte venezuelano.
“Além disso, Saab é um funcionário diplomático do governo de Venezuela”, acrescenta o analista político.
Relações com o poder
As relações íntimas de Saab com o poder acabaram gerando acusações de irregularidades nos negócios, conforme afirma Bustos.
“Podemos dizer que Saab foi um empresário muito importante para a costa norte colombiana, para o Caribe colombiano e essas ligações fortaleceram os laços com a Venezuela, influente na região, onde, inclusive, ele passou a ser acusado de lavagem de dinheiro.”
No país natal do aliado de Maduro, os processos começaram a aparecer, conta o sociólogo.
“Na Colômbia, Saab tem vários processos por lavagem e várias de suas propriedades foram tomadas pelo governo como medida ou como sanção frente a essas acusações.”
Biden libertou Saab, na última quarta-feira 20, em troca de dez prisioneiros norte-americanos, acusados por Maduro de conspirar contra o governo local, e outros 20 venezuelanos opositores.
A aposta do presidente dos EUA foi entregar uma peça-chave para Maduro, em troca de, além dos prisioneiros, se criar uma possibilidade para que o ditador deixe o poder.
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Tal postura, no entanto, é vista como arriscada e fadada ao fracasso, por muitos exilados e republicanos nos EUA.
Biden, assim como na guerra entre Rússia e Ucrânia e na postura em relação à guerra entre Israel e Hamas, tem sido acusado de afrouxar a própria segurança dos Estados Unidos.
Ao novo El Nuevo Herald, Ernesto Ackerman, presidente do Cidadãos Independentes Venezuelanos Americanos (IVAC), com sede em Miami, demonstrou essa preocupação.
“Eles vão libertar El Chapo (perigoso líder do tráfico mexicano) amanhã também?”