Presa há quase um mês sob a acusação de promover um golpe de Estado e ter relação com atos de terrorismo, a ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez recebeu neste domingo, 4, a solidariedade de dois de seus ex-ministros. A ex-chanceler do governo interino, Karen Longaric Rodriguez, defendeu a libertação de Áñez em uma mensagem publicada em seu perfil no Twitter.
Segundo a ex-ministra das Relações Exteriores da Bolívia, o tratamento dado a Áñez na prisão é “desumano”. “Já são três semanas da aberrante prisão da ex-presidente Jeanine Áñez. Repudiamos aqueles que a aprisionaram e também os que consentem e toleram esse tratamento ilegal, cruel, desumano e degradante. Liberdade para Áñez!”, escreveu Rodriguez.
Ya son tres semanas del aberrante arresto de la ex presidenta @JeanineAñez
Repudiemos a los que la apresaron y también a los que consienten y toleran este trato ilegal, cruel, inhumano y degradante! Libertad para Añez! pic.twitter.com/oAaqm6v0nS— Karen Longaric Rodriguez (@KarenLongaric) April 3, 2021
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O ex-ministro da Defesa Fernando López Julio também usou as redes sociais para se manifestar contra a detenção da ex-líder boliviana. “Ausência total de valores democráticos, abusos de poder, perseguição aos nossos símbolos nacionais, à ex-presidente, membros das Forças Armadas, Polícia Nacional e perseguição a quem pensa diferente”, afirmou.
Ausencia total de valores democráticos, abusos de poder, vejamen a nuestros símbolos patrios, la ex presidente, miembros de las FFAA, Policia Nacional y persecución a quienes piensan diferente. #liberenAJeanine #LiberenLaDemocracia pic.twitter.com/TQXHwkrwMD
— Fernando López Julio (@Ferlopezjulio1) April 3, 2021
Em carta recente escrita da prisão, Áñez já havia relatado que sofreu ameaças. “Levaram minha liberdade e agora atentam contra minha saúde. Decidiram não deixar que eu fosse examinada por médicos independentes, mesmo indo contra uma ordem judicial que pede meu traslado imediato para uma clínica”, denunciou a ex-presidente.
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Em dezembro de 2019, a Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou que o então presidente e candidato à reeleição, Evo Morales, havia fraudado o pleito. Um relatório de quase 100 páginas descreveu violações, incluindo o uso de um servidor de computador secreto concebido para fazer a votação pender para Morales. Pressionado pelos militares, Evo fugiu do país. Na sequência, uma avalanche de demissões entre os sucessores previstos pela Constituição deram a Áñez a Presidência da República. Ela era vice-presidente do Senado.
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O Brasil e o mundo calado. Devem ter se espelhados nas prisões ilegais do nosso STF.