A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez ficará detida preventivamente por quatro meses. Ela foi presa no fim de semana sob acusação do governo de esquerda de Luis Arce de conspirar pela renúncia de Evo Morales. A decisão é da juíza Regina Santa Cruz. “Me enviam para quatro meses de detenção para esperar o julgamento por um ‘golpe’ que nunca aconteceu”, escreveu Áñez, no Twitter, no domingo 14. “Peço à Bolívia que tenha fé e esperança. Um dia, com todos, construiremos um país melhor”, acrescentou a ex-titular do Executivo.
Como hemos denunciado, el MAS decide y el sistema judicial obedece: me envían 4 meses detenida para esperar el juicio por un "golpe" que nunca ocurrió. Desde aquí llamo a Bolivia a tener fe y esperanza. Un día, entre todos, levantaremos una Bolivia mejor.
— Jeanine Añez Chávez (@JeanineAnez) March 15, 2021
Fraude eleitoral
Em dezembro de 2019, a Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou que o então presidente e candidato a reeleição, Evo Morales, havia fraudado o pleito. Um relatório de quase 100 páginas descreveu violações, incluindo o uso de um servidor de computador secreto concebido para fazer a votação pender para Morales. “Dados os imensos indícios que encontramos, podemos confirmar uma série de operações mal-intencionadas que visaram alterar a vontade dos eleitores”, informou a OEA. Pressionado pelos militares, Evo fugiu do país. Na sequência, uma avalanche de demissões entre os sucessores previstos pela Constituição deram a Áñez a Presidência da República. Ela era vice-presidente do Senado.
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