Mulheres armadas fizeram grandes manifestações em várias partes do Afeganistão, segundo o jornal britânico The Guardian, em protesto contra o que parece ser a iminente tomada do país pelo movimento extremista Talibã. Uma das maiores manifestações ocorreu na província de Ghor, na região central do país.
As afegãs não esquecem como foram tratadas durante os cinco anos em que o Talibã tomou o poder, entre 1996 e 2001. Mulheres eram proibidas de estudar ou trabalhar e apanhavam no meio da rua se não estivessem completamente cobertas pela burca. Eram proibidas de sair desacompanhadas do marido. Elas conseguiram grandes avanços desde que os Estados Unidos e seus aliados invadiram o país, em 2001. Mas, com a partida imediata das forças ocidentais e o avanço contínuo do Talibã, elas não estão enxergando outra saída a não ser armar-se.
As afegãs contam com um aliado psicológico. Os extremistas islâmicos acreditam que não conseguirão ir para o paraíso se forem mortos por uma mulher. Grupos armados de mulheres aterrorizaram os terroristas do Isis no Iraque e na Síria.
“Nenhuma mulher quer lutar”, declarou ao Guardian uma jornalista afegã que iniciou seu treinamento militar. “Quero apenas continuar minha educação e ficar longe da violência, mas as condições fizeram com que eu e outras mulheres nos levantássemos. Não quero o país sob o controle de gente que trata as mulheres do jeito que eles tratam. Pegamos em armas para mostrar que, se tivermos de lutar, nós lutaremos.”
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Parabéns, mulheres lutando por seus direitos.