Na terça-feira 3, autoridades britânicas e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) fizeram um alerta sobre a escassez de munição do Ocidente para a Ucrânia. Os líderes ocidentais pediram às nações da aliança militar aumento da produção a fim de “manter a Ucrânia na luta contra os invasores russos”.
O dinheiro para a compra de armas para a Ucrânia não foi incluído num projeto de lei provisório de gastos que o Congresso dos Estados Unidos (EUA) aprovou no fim de semana, segundo a CNN. E a situação pode piorar depois que Kevin McCarthy, presidente da Câmara norte-americana, que defendia o apoio à Ucrânia, foi destituído do cargo.
Barril vazio
Rob Bauer, almirante dos Países Baixos e presidente do Comitê Militar da Otan, disse: “O fundo do barril é visível”. O comentário feito durante discussão no Fórum de Segurança de Varsóvia, na Polônia, fazia referência ao volume de munições do Ocidente.
Bauer disse ainda: “Damos sistemas de armas à Ucrânia, o que é ótimo, e munições, mas não de depósitos cheios. Começamos a distribuir munições de armazéns meio cheios ou com menos capacidade na Europa, e essas instalações estão ficando escassas”.
Já o ministro de Estado das Forças Armadas do Reino Unido James Heappey, discursando no mesmo painel, disse que embora os arsenais de munições possam ser escassos, a ajuda à Ucrânia deve continuar. As nações ocidentais precisam aumentar a sua capacidades de produzir mais munições a fim de ajudar Kiev.
Heappey disse ainda: “Temos de manter a Ucrânia na luta esta noite e amanhã, e depois de amanhã. Isso significa continuar a fornecer munição dia após dia, e reconstruir os nossos próprios estoques”.
Críticas
Na semana passada, Thomas Warrick, membro do Atlantic Council, disse: “Os Estados Unidos e os seus aliados estão enviando para a Ucrânia uma vasta gama de munições, mas elas não estão sendo produzidas ou entregues tão rapidamente quanto necessário. As forças da Ucrânia provaram ser flexíveis e adaptáveis, mas precisam de munições e armas suficientes”.
De acordo com o Conselho de Relações Exteriores, a ajuda militar dos EUA à Ucrânia já soma US$ 46,6 bilhões (aproximadamente R$ 240 bilhões) desde que o confronto com a Rússia começou, em fevereiro de 2022, até 31 de julho deste ano.