Ao menos 2.853 pessoas teriam sido mortas pelas diferentes corporações armadas do Estado venezuelano ao longo de 2020, denunciou nesta terça-feira, 9, a ONG Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea). A corporação apontada como responsável por mais mortes é a Polícia Nacional Bolivariana (PNB), principalmente por meio do grupo de elite das Forças de Ações Especiais (Faes), cuja dissolução foi solicitada pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), segundo comunicado da Provea. “A PNB foi responsável por 672 assassinatos, o que representa 23,5% do total”, destaca a ONG, que coleta esses dados como parte da iniciativa Luta pela Vida, um projeto de investigação e divulgação do impacto da violência policial e militar, focado nas execuções extrajudiciais.
O principal centro de operações das Faes são os povoados e as favelas, além de algumas zonas rurais. Logo atrás está o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalistas (Cicpc), com 593 casos, o que representa 17,5%. Por outro lado, as forças policiais autônomas dos Estados foram responsáveis por 721 supostas execuções (25,71%), de acordo com os dados da Provea. Segundo a ONG, “chama a atenção a letalidade das polícias estaduais de Zulia, responsável por 262 assassinatos; Aragua, com 104 mortes; e Carabobo, com 101”. O projeto detectou que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) é responsável por 359 casos durante 2020. A maioria é responsabilidade da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), uma força policial ligada à FANB. O estudo também indica que a polícia municipal foi responsável por 134 supostas execuções. As informações são da agência espanhola EFE.
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