O calor deve continuar — no Brasil e em outras partes do mundo. De acordo com dois cientistas da área climática, a previsão do tempo sugere que os próximos meses não irão contar com queda nas temperaturas.
Para Michael McPhaden, cientista sênior da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, a intensa onda de calor vai continuar. Ele cita o fenômeno El Niño.
“O El Niño [conhecido por elevar as temperaturas planetárias em 0,1 a 0,2°C] não vai atingir o pico até o fim deste ano e há muito mais calor por vir”, explica McPhaden. “Portanto, as pessoas podem esperar mais recordes nos próximos meses.”
Zeke Hausfather, líder de pesquisa climática da empresa de pagamento Stripe, alerta que setembro foi apenas mais um mês em que, na média global, as temperaturas apresentaram elevação.
“Setembro marca o terceiro mês consecutivo de temperaturas globais médias recordes”, afirma Hausfather. “Se as temperaturas permanecerem altas como estão agora, a média planetária poderia, pela primeira vez em base anual, superar 1,5°C de aquecimento acima das temperaturas pré-industriais.”
Origem das avaliações meteorológicas dos cientistas
As avaliações dos dois cientistas baseiam-se em análises climáticas que utilizam observações meteorológicas para estimar médias globais, de forma semelhante a um modelo de previsão do tempo, mas que olha para o passado em vez do futuro.
A confiança nessas análises tem crescido na medida em que elas se alinham com as avaliações climáticas globais de rotina da Nasa, a agência aeroespacial norte-americana, e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.