O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu desculpas ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, depois de o chanceler russo, Serguei Lavrov, dizer que o líder nazista Adolf Hitler tinha origem judaica.
A declaração do ministro das Relações Exteriores da Rússia foi proferida no último domingo, 1º, durante uma entrevista concedida à uma rede de televisão italiana. Na conversa com os jornalistas, Lavrov explicou que o objetivo do Kremlin é “desnazificar” a Ucrânia.
“O presidente Volodymyr Zelensky argumenta: ‘Como pode existir nazismo na Ucrânia, sendo que seu líder é judeu?’. Posso estar equivocado, mas Hitler também tinha sangue judeu”, observou o chanceler.
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Um dia depois, Bennett emitiu uma nota de repúdio. “Vejo com a maior seriedade a declaração do ministro das Relações Exteriores da Rússia”, salientou. “Suas palavras são falsas e suas intenções estão erradas.”
Para o primeiro-ministro de Israel, o objetivo “de tais mentiras é acusar os próprios judeus dos crimes mais terríveis da História, que foram perpetrados contra eles próprios, e absolver os inimigos de Israel de suas responsabilidades”. “O uso do Holocausto do povo judeu como ferramenta política deve acabar imediatamente”, ressaltou Bennett.
Lamentavelmente, essa discussão ainda não está pacificada, em que pese esse incidente diplomático circunstancialmente indesejável, seja:
Um testemunho de Hans Frank, governador-geral da Polônia durante a 2ª GM, enquanto esperava sua execução numa prisão em Nuremberg, é regularmente retomado pelos historiadores.
Em 1930, Hitler supostamente foi ver Frank apresentando-lhe uma carta de seu sobrinho, William Patrick Hitler, o filho britânico de seu meio-irmão Alois, do segundo casamento do pai de Hitler, Alois Hitler. Seu sobrinho ameaçou revelar que sangue judeu corria em suas veias.
Após investigação, Frank teria descoberto que Maria Anna Schicklgruber, futura avó paterna de Adolf Hitler, teria concebido seu único filho em 1836 (Alois Hitler, nascido Schicklgruber em 1837, tornou-se Hitler em 1877) enquanto ela era para uma família judia de Graz, e que lhe teriam pago uma pensão até os 14 anos de Alois. Ainda em Graz, ela se casaria com Johann Georg Hiedler em 1842…