Os supermercados da Espanha decidiram trancar as garrafas de azeite por causa da grande quantidade de furtos. O país é o maior produtor de azeite do mundo.
Os roubos aumentam à medida que os preços sobem. As garrafas de um litro de azeite extra-virgem, por exemplo, estão sendo vendidas por € 14,5 (R$ 77,25) em alguns supermercados.
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O aumento do preço levou o azeite para a categoria de produtos que são equipados com etiquetas de segurança, assim como bebidas alcoólicas, cosméticos e eletrodomésticos.
“Estamos vendo um grande aumento de furto nas lojas”, disse Rubem Navarro, CEO da rede de supermercados Tu Super. “O azeite tornou-se um produto ideal para o roubo.”
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O preço do litro de azeite aumentou 150% nos últimos dois anos, na Espanha. O aumento se deu em razão da seca no sul do país, que prejudicou a colheita de azeitona.
De acordo com Navarro, grupos de criminosos estão furtando o azeite para revendê-lo. Desde setembro, a Tu Super tem acorrentado grandes garrafas de azeite de 5 litros. “É uma medida louca e extrema, mas funcionou”, disse.
Carrefour também é vítima dos furtos de azeite na Espanha
Outros supermercados, como o Carrefour e o Auchan, equiparam com etiqueta de segurança as garrafas de 1 litro. Houve um aumento de 12 vezes nas encomendas de dispositivos para proteger as garrafas.
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A polícia espanhola também descobriu furtos de azeite em moinhos. Em outubro, duas pessoas foram presas. Elas fazem parte de uma investigação sobre o roubo de 56 toneladas de azeite extra-virgem.
O melhor azeite do Hemisfério Sul
O azeite de oliva gaúcho Puro conquistou o status de o melhor extravirgem do Hemisfério Sul. O reconhecimento veio no prêmio italiano Lodo, no início do ano. A marca gaúcha competiu com mais de 120 variedades do mundo.
O Puro foi criado por José Eugenio Farina, um descendente de italianos, e seus netos. Farina já era um conhecido empresário gaúcho do ramo moveleiro: a família é dona da marca Todeschini. Em 2014, ele decidiu levar uma de suas paixões, o azeite de oliva, a um novo negócio. O empresário morreu em 2020, aos 96 anos.
Rafael Farina, neto de José Eugênio e atual diretor de marketing da empresa, contou que tudo começou na mesa. Em um almoço de fim de ano, José Eugênio disse: “Reunião amanhã às 7 horas e 30”.
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Na manhã seguinte, José Eugênio Farina e seus oito netos firmaram sociedade para a produção do azeite gaúcho. Eles visitaram diversas empresas no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Espanha para entender o setor.
O plantio e o crescimento das primeiras oliveiras do Puro ocorreram de 2014 a 2018, quando eles produziram o Blend Suave, de acordo com a revista Exame. Depois disso, a família Farina começou com a produção de 4 mil garrafas de azeite extravirgem. No ano seguinte, a produção saltou para 2 mil litros, graças ao amadurecimento das oliveiras.
Em 2023, a produção chegou a 30 mil litros. Hoje, o azeite gaúcho Puro é um dos cinco maiores do país em volume de produção.
Mas o prêmio Lodo não foi o único. O azeite gaúcho foi premiado em outros concursos internacionais. O Puro levou medalhas de prata e ouro pelos azeites picual e coratina, e também o Top 10 no Brasil International Olive Oil Competition. O azeite gaúcho também foi premiado em Dubai (Emirados Árabes) e em Nova York (Estados Unidos).