A Zara retirou das redes sociais a campanha “The Jacket”, divulgada no domingo 10, depois de uma reação negativa do público. Na internet, os usuários acusaram a empresa de fazer referência à Faixa de Gaza, alvo de uma contraofensiva de Israel.
+ Leia mais notícias sobre Mundo em Oeste
Em uma das imagens divulgadas no Instagram, a modelo Kristen McMenamy aparece com uma jaqueta de couro preta e tachas, enquanto segura no ombro um manequim embrulhado em um pano branco. Em todas as fotos, a modelo está rodeada de pedras rachadas, estátuas danificadas e placas de gesso quebradas.
Depois da publicação da campanha, internautas consideraram que a loja fez uma clara alusão à guerra na Faixa de Gaza. Para os usuários, as imagens são semelhantes às fotos divulgadas da cidade palestina depois do bombardeio de Israel, em retaliação aos ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro. Mais de mil civis foram assassinados.
De acordo com os internautas, algumas esculturas sem membros do corpo, como as observadas na campanha da Zara, fazem referência ao cenário de Gaza. Os usuários acreditam também que o manequim embrulhado em um pano branco faria menção à tradição funerária islâmica.
No Twitter/X, artistas, jornalistas e figuras muçulmanas conhecidas internacionalmente levantaram a hashtag “#BoycottZara”, que pede aos consumidores que promovam um boicote à marca espanhola.
Leia mais: “Deputado infarta ao falar que Israel sofreria a ‘ira de Alá'”
Manifestantes pró-Palestina também foram à loja da Zara na Finlândia, com bandeiras da Palestina. No Canadá, os ativistas foram até uma loja, carregando bonecos de bebês enrolados em um pano branco.
Activists planned a sit-in at Zara stores in response to a promotional campaign for a new collection downplaying the suffering of Palestinians in Gaza.
— Dr.Sam Youssef Ph.D.,M.Sc.,DPT. (@drhossamsamy65) December 11, 2023
pic.twitter.com/HQaBtFi0Jb
Zara retirou imagens e se pronunciou sobre tema
A marca retirou as imagens da campanha de suas redes sociais e publicou, no Instagram, um comunicado em que disse se tratar de um mal-entendido e reafirmou o “profundo respeito a todos”. A Zara também lamentou que alguns clientes tenham se sentido ofendidos com as imagens.
Segundo a nota, a campanha foi concebida em julho deste ano, e o ensaio foi fotografado em setembro. “A campanha apresenta uma série de imagens de esculturas inacabadas num estúdio de escultor”, informa a empresa. “E foi criada com o único objetivo de mostrar vestuário artesanal em um contexto artístico.”
Leia também: “Israel prevê que principais combates em Gaza terminem em janeiro”