Ala governista deve apresentar relatório paralelo na CPI do MST

Membros da ala governista, que integram a CPI do MST, já trabalham em um relatório paralelo para apresentar ao final dos trabalhos do colegiado. A iniciativa partiu da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) e conta com a coautoria do petista Nilto Tatto (SP).

A ideia é contrapor o relatório que está sendo elaborado pelo relator da comissão, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). Ex-ministro do Meio Ambiente, Salles é conhecido por ser mais “combativo” na CPI do MST. Além disso, já protagonizou diversas discussões com Sâmia durante as sessões da comissão.

Os governistas desejam apresentar o documento caso o texto de Salles não seja aprovado pelos membros do colegiado. O deputado da oposição é acusado de ter um relatório “pronto” desde o início dos trabalhos.

Ele, contudo, nega a acusação e diz que se colocou à disposição, inclusive, para visitar os “assentamentos” que alguns membros da CPI fazem parte, como os deputados Valmir Assunção (PT-BA) e João Daniel (PT-SE).

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Nos bastidores, circula a informação de que parte do relatório de Salles já estaria pronto e que ele indiciaria alguns líderes de movimentos sem terra e deputados petistas que também fazem parte das invasões. No entanto, o deputado nega que tenha divulgado qualquer trecho do documento.

Já no relatório paralelo, os governistas pretendem abordar supostos abusos cometidos pela CPI do MST, como invasões de domicílios durante diligências em assentamentos, e violência de gênero, que teria sido praticada por Salles e pelo presidente da comissão, deputado Zucco (Republicanos-RS), na condução dos trabalhos. Todos os casos foram judicializados, por isso, não haverá pedido de indiciamento.

Prevista para acabar em 14 de setembro, a CPI enfrenta embates diretos com o Executivo. Nas últimas semanas, por exemplo, perdeu sete membros — que davam maioria para a oposição. Os deputados nem sequer foram avisados.

Então, o governo firmou maioria no colegiado. Contudo, segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária, os membros que saíram da CPI devem retornar nos próximos dias.

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