O vereador paulistano Rubinho Nunes (União Brasil) começou a colher novas assinaturas para o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o padre Júlio Lancellotti. O parlamentar falou sobre o assunto na tarde desta terça-feira, 12, diretamente do plenário da Câmara Municipal de São Paulo.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Ao discursar na tribuna da Casa, Nunes avisou que o recolhimento de assinaturas se dá pela mudança do escopo da eventual futura comissão. Inicialmente, a ideia era investigar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) na cracolândia, região central da capital paulista tomada por usuários de drogas. O foco da CPI, contudo, mudou. Assim, a ideia é apurar denúncias de assédio sexual contra Lancellotti.
“No acordo que foi feito no colégio de líderes da última semana sobre a CPI que investiga as ONGs, foi ajustado o escopo”, disse Nunes. “O que enseja uma nova coleta de assinaturas, que iniciei hoje.”
O político do União Brasil disse que já tem 16 das 19 assinaturas necessárias para protocolar o requerimento de pedido de CPI contra o líder religioso, que há décadas é o pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, bairro da zona leste da cidade de São Paulo.
Leia mais:
Durante a sessão plenária desta terça-feira, Nunes fez questão de agradecer alguns colegas que já assinaram o novo requerimento. Rute Costa (PSDB), João Jorge (PSDB), Cris Monteiro (Novo) e Eli Corrêa (União Brasil) foram os vereadores mencionados. “Os senhores têm o meu respeito e o meu agradecimento.”
Rubinho Nunes pede apoio da esquerda
Nos minutos em que falou na tribuna do plenário da Câmara Municipal de São Paulo, Nunes indagou colegas da esquerda. De acordo com ele, apoiar a instalação da CPI representa marcar posição contra crimes como assédio e abuso sexual.
“Qual a necessidade de blindar um sujeito?”, indagou o vereador paulistano. “Se o trabalho dele é tão correto, se o que ele faz é tão ilibado, se não era ele naquele vídeo se masturbando, se o depoimento da vítima não era ele, por que não investigar? O que querem esconder? O que as ONGs que estão ao redor dele representam? É estranho. Por que defendem uma pessoa acusada de estupro? Por que defendem alguém acusado de abusar sexualmente de vulnerável?”
O vídeo que Nunes mencionou é o que contou com perícia feita pela dupla Reginaldo e Jacqueline Tirotti. Conforme Oeste noticiou com exclusividade, o trabalho pericial, que contou com 79 páginas, atestou que era o padre Júlio Lancellotti o homem que aparecia se masturbando para um garoto menor de idade. As cenas datam de fevereiro de 2019. Em 2020, o perito Onias Tavares de Aguiar já havia atestado a veracidade do material.
Requerimento da CPI contra Júlio Lancellotti
Na nova versão do pedido de instalação da CPI contra Lancellotti, Nunes ressalta que a intenção do colegiado, caso venha a prosperar, vai ser “apurar violações à dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo”. O site da CNN Brasil foi o veículo responsável por divulgar informações nesse sentido.
Lancellotti passou, a saber, a ser alvo de denúncias de assédio e abuso sexual. Ex-coroinha da Paróquia São Miguel Arcanjo, o jornalista Cristiano Gomes afirmou que foi assediado pelo padre em 1987, ocasião em que tinha apenas 11 anos. Oeste publicou com exclusividade o relato dele.
A denúncia de Gomes chegou oficialmente à Igreja Católica. Em 9 de fevereiro, o jornalista conversou por duas horas com o padre Ricardo Cardoso, na divisão do Ipiranga da Arquidiocese de São Paulo. Por ora, o órgão religioso não deu um parecer sobre as investigações.
O ex-coroinha não é, no entanto, a única pessoa a denunciar Lancellotti por crime de cunho sexual. Também de forma exclusiva, Oeste registrou, no início deste mês, o relato de um ex-usuário de drogas. O homem, que a saber tem a identidade mantida sob sigilo, alega que sofreu abuso sexual por parte do pároco. Conforme a denúncia, o crime ocorreu durante um tempo — e com atos semanais.
Diversionismo pouco é bobagem ?
Jogaram o padre na fogueira das bruxas, para salvar demônios ?
Sigam o dinheiro !
A Cúria sempre dá um jeito no sabonete.
É a Máfia…