PL 2630 regulamenta as redes sociais e cerceia a liberdade de expressão; em protesto, internautas levantam hashtag
![projeto de lei estabelece censura nas mídias sociais](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2020/06/Plenário-do-Senado.jpg)
Os senadores votam nesta terça-feira, 2, o Projeto de Lei (PL) 2630/2020 que supostamente preserva a liberdade, a responsabilidade e a transparência na internet. Conforme apurou Oeste, a expectativa é que seja aprovado hoje na Casa.
Caso isso ocorra, o texto, de autoria dos parlamentares Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), é encaminhado à Câmara dos Deputados, onde precisa de 257 votos para seguir à sanção presidencial.
Leia também: O gabinete do amor bandido, artigo de Guilherme Fiúze publicado na edição n° 10 de Oeste
Na hipótese de virar lei, o PL vai “regulamentar a forma como as redes sociais e aplicativos de mensagens funcionarão no país. E impedir a disseminação de desinformação, notícias falsas e manipulação”. Não há consenso acerca do que é fake news. Portanto, difícil de definir.
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito inconstitucional, para investigar supostas notícias falsas contra ministros da Corte. Na semana passada, pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro foram alvo de uma operação da Polícia Federal.
Em síntese, a aprovação dessa lei significa censura.
Análise de Redes
![campanha contra a censura nas redes sociais](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2020/06/Social-Media.jpg)
Oeste monitorou que, desde as 18h00 de ontem, vem ganhando força a hashtag “PL2630Nao”. Agora, a campanha está no segundo lugar dos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter, ao obter 225 mil perfis tuitando sobre o tema.
Queremos liberdade!!#PL2630Nao
— Joana Rosa (@JoanaRo15627469) June 2, 2020
#PL2630Nao https://t.co/BMIKyiAPfa
— Eliana Calheiros (@elianaosonho) June 2, 2020
Até o momento, as personagens que mais geram engajamentos à campanha são os deputados José Medeiros (Podemos-MT) e Douglas Garcia (PSL-SP). Somadas, duas postagem de ambos têm 8 mil curtidas e 2,6 mil compartilhamentos.
No Facebook, não há figuras específicas mas sim páginas identificadas com o conservadorismo, que tracionam o movimento. A que apresentou melhor performance tem 1,7 mil curtidas, 200 comentários e 600 compartilhamentos.
A campanha, porém, ainda não conseguiu força suficiente no Instagram. Quatro hashtags contra a PL obtiveram apenas 800 engajamentos.
Em uma semana, o termo “Fake News” foi pesquisado em todos os Estados brasileiros, com destaque para os três mais curiosos (na sequência): Distrito Federal, Rio de Janeiro e Alagoas. As buscas relacionadas foram: ibope fake news e pl 2.630/2020.
Repercussão na mídia
Em plataformas de buscas, sites independentes ligados à direita se sobrepõem à imprensa tradicional. Lideram, portanto, conteúdos que denunciam o verdadeiro propósito da lei das fake news, que é a censura.
Resumindo: São maiores as chances dessas informações serem acessadas.
Por outro lado, vigora na chamada grande mídia a narrativa segundo a qual é necessária a aprovação do PL 2630/2020. Apresentaram bom desempenho as matérias jornalísticas acerca da pesquisa Ibope.
Segundo esse levantamento, 90% dos eleitores brasileiros apoiam a regulamentação das mídias sociais para combater fake news.
Contudo, felizmente, na internet esse discurso ainda não substituiu a voz das redes.
Há duas semanas, um grande jornal publicou que seria necessário a regulamentação das mídias digitais. Porém, conforme monitorou Oeste, cresceram as campanhas contra essa proposta.
Cabe a sociedade escolher a melhor forma e a mais confiável de se informar. Eu, por exemplo, não confio na quase totalidade da grande imprensa. Leio a Oeste e sigo alguns blogs que acredito.