Em todo o país, 1.746 candidatos disputaram as eleições de domingo 2 sem que suas candidaturas tivessem sido analisadas em definitivo pela Justiça Eleitoral. Esses postulantes aos cargos de senador, deputado federal e estadual e governador, receberam, juntos, mais de 3,8 milhões de votos.
A votação dessas candidaturas é contabilizada separadamente, e os votos são considerados “anulados” até a decisão final da Justiça Eleitoral.
Com o registro pendente de julgamento, os nomes desses candidatos apareceram nas urnas como opção para os eleitores, aguardando a decisão final da Justiça Eleitoral, que em nenhuma eleição consegue cumprir os prazos e analisar todos os recursos até a data da votação.
Se esses recursos forem julgados em favor dos candidatos e eles tiverem obtido votos suficientes, poderão ser eleitos. No caso de deputados federais e estaduais, pode, inclusive, haver alteração do quociente eleitoral e causar mudanças entre os já eleitos. Isso poderá ocorrer no Paraná. Se a decisão for desfavorável ao candidato, os votos são anulados definitivamente.
Entre os votos anulados, 2,1 milhões foram em candidatos ao Senado; 909 mil em deputados federais; 788 mil em deputados estaduais; 37,6 mil para governador e nenhum para presidente.
Os Estados com mais votos anulados em razão de candidaturas com julgamento pendente foram Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Paraíba, Paraná e Goiás.
No Rio de Janeiro, onde 1,8 milhão de votos foram anulados, a maior parte foi dada ao deputado federal Daniel Silveira (PTB), que recebeu 1,5 milhão de votos na disputa ao Senado. Sua candidatura foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), mas ainda cabia recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Porém, como recebeu menos votos que Romário (PL), que teve 3,8 milhões, a candidatura de Silveira não precisará ser analisada.
O petebista foi condenado no STF a oito anos e nove meses de prisão por alegados atos antidemocráticos, mas recebeu um indulto do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em São Paulo, foram anulados os votos dados ao coach Pablo Marçal (PROS), que disputou uma vaga de deputado federal e recebeu 243.037 votos. A Justiça Eleitoral ainda não concluiu o julgamento do recurso de Marçal, que chegou a se lançar candidato à Presidência da República.
Na Paraíba, a candidatura ao Senado de Ricardo Coutinho (PT) está pendente de análise, e os seus 431.857 votos foram anulados. De qualquer forma, ele foi o terceiro mais votado e não seria eleito.
No Paraná, caso Jocelito Canto (PSDB), candidato a deputado federal, consiga uma decisão favorável da Justiça Eleitoral, o ex-governador Beto Richa (PSDB) não assumirá a vaga. Canto fez 74.348 votos e Richa, 64.868 votos.
Outros 457.922 votos foram anulados em Sergipe, mas não entram na contagem dos 3,8 milhões de votos e não vão alterar o resultado da votação. Isso porque são votos dados a Valmir de Francisquinho (PL), o candidato a governador mais votado no Estado, cuja candidatura já estava indeferida, mas não houve tempo hábil para retirar seu nome da urna.
O TSE fica preocupado em censurar a imprensa a favor do Lula e a perseguir Bolsonaro e não sobra tempo para julgar os casos pendentes e importantes!