Coligação de Lula recorre de decisão que proibiu vídeo de Bolsonaro e venezuelanas

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência, pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconsidere a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte Eleitoral, que determinou a retirada de propagandas eleitorais do petista que descontextualizavam uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O material é relacionado a uma entrevista concedida pelo candidato à reeleição na sexta-feira 14, em que ele declara que durante um passeio pela comunidade de São Sebastião, em Brasília, avistou meninas de 14 e 15 anos venezuelanas e foi à casa delas para ver as condições em que viviam. Em seguida, o presidente disse ter “pintado um clima” na ocasião.

“A campanha de Bolsonaro tenta responsabilizar a campanha de Lula pela grande repercussão nas redes sociais causada pela fala”, informaram os advogados da federação. “Justamente pela indignação das pessoas ao depararem com a declaração de um senhor de 67 anos no sentido de que teria ‘pintado um clima’ com ‘menininhas bonitinhas de 14 anos.”

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Conforme a campanha, não existe uma “lacuna interpretativa” na fala do chefe do Executivo para “qualquer descontextualização”. Depois de o PT usar o vídeo, o presidente foi à TV explicar-se. “Se as minhas palavras, que, por má-fé, foram tiradas de contexto, de alguma forma foram mal-entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas”, disse, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da embaixadora da Venezuela no Brasil, María Teresa Belandria.

No domingo 16, o presidente do TSE determinou a remoção do vídeo, publicado por perfis da campanha de Lula nas redes sociais, com qualquer conteúdo relacionado ao tema. Moraes ainda havia ordenado que a coligação não promova novas publicações sobre os fatos “tanto em concessionárias do serviço público como nas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Desse modo, o PT está impedido de usar o recorte da fala de Bolsonaro na TV, no rádio ou em qualquer outra plataforma digital.

“O contexto evidencia a divulgação de fato inverídico e descontextualizado”, sustentou Moraes. “Não pode ser tolerada pelo TSE, notadamente por se tratar de notícia falsa divulgada no segundo turno da eleição presidencial. A divulgação tem aparente finalidade de vincular a figura de Bolsonaro ao cometimento de crime sexual.”