O empresário Francisco Maximiano foi denunciado nesta quinta-feira, 30, pelo Ministério Público Federal (MPF) por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro em um contrato da Global Gestão em Saúde com os Correios.
Os negócios de Maximiano ganharam evidência após ele entrar na mira da CPI da Covid por ser dono da Precisa, que chegou a fechar contrato com o Ministério da Saúde para a aquisição de vacina contra a covid-19. Após indícios de irregularidades, o acordo foi rompido sem que nenhum dinheiro tivesse sido pago.
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Em relação ao caso em que ele foi denunciado, a investigação aponta o pagamento de R$ 2,5 milhões em propinas pela Global, entre 2011 e 2014, em troca da venda de um serviço de seguro para remédios aos funcionários da estatal de entregas.
Em um primeiro momento, a adesão ao plano por parte dos trabalhadores era voluntária. Em 2014, o ‘Vale Medicamento’ passou a ser obrigatório, o que fez com que o faturamento da Global Saúde pulasse de aproximadamente R$ 800 mil para R$ 3,2 milhões, segundo a investigação.
Na fase inicial, Maximiano pagaria uma propina de R$ 50 mil mensais para o advogado Alexandre Romano e para o ex-executivo dos Correios Nelson Luiz Oliveira de Freitas. Depois, o valor quadriplicou, passando de R$ 50 mil para R$ 200 mil mensais, de acordo com o MPF.
Além deles, foram denunciados a irmã e sócia de Maximiano, Michelli Maximiano Gonçalves, e o ex-presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) José Rivaldo da Silva.
Ponto de partida
A denúncia teve como ponto de partida o acordo de colaboração premiada de Alexandre Romano, o ‘Chumbinho’, ex-vereador de Americana (SP) pelo PT. Ele que teria operado os pagamentos através de empresas de fachada para tentar despistar órgãos de controle.
Operação da PF
Na manhã de hoje, a Global Saúde foi alvo de buscas na Operação Acurácia, que apura suspeitas de um esquema de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e corrupção em contratos com empresas públicas, incluindo os Correios, a Petrobras e o Ministério da Saúde.
Mais cedo, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam o empresário, disseram que há “oportunismo” e “pirotecnia” em torno das investigações que atingem a empresa.
Por que esse Maximiniano até hoje nunca foi chamado na CPI? Quem descobrir, ganha um doce. Não é Renan?