O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), usou um avião oficial para ir à festa de 90 anos do fundador do frigorífico JBS, José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro. A festa ocorreu na quarta-feira 13, no interior de Goiás, em uma fazenda da família de Zé Mineiro.
O evento foi organizado pelos filhos de fundador da JBS: José Batista Júnior (Júnior Friboi), Joesley e Wesley Batista.
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A aeronave em que Caiado se transportou é operada pela Secretaria de Estado da Casa Militar. Em termos de comparação, é uma espécie de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) do Estado goiano. O avião é um Cessna 525, com capacidade para seis passageiros e um tripulante.
Outro político também utilizou um avião oficial para ir à comemoração de Zé Mineiro. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), usou uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) aérea, que deveria ficar à disposição para transportar pacientes da rede pública estadual.
A festa não oficial da JBS
O evento na fazenda da família dona da JBS não aparece na agenda oficial dos dois governadores. Portanto, os parlamentares não poderiam utilizar as aeronaves.
No entanto, segundo apuração do site Metrópoles, o governo de Goiás afirmou que “o governador Ronaldo Caiado foi ao evento na condição de chefe do Executivo goiano”. Ainda, a declaração da nota justifica que a viagem foi para “prestigiar um empresário que (…) até hoje gera milhares de empregos no Estado”.
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Mendes também alegou que recebeu o convite como “chefe do Executivo” de Mato Grosso, condição que permitiria o uso do transporte oficial.
Roberto Caiado já se referiu aos irmãos Batista como “delinquentes, sem escrúpulos, que praticam todo tipo de corrupção”. Também chegou a afirmar, em entrevistas, que a JBS praticava “ilícitos e crimes”.
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“Essa empresa destruiu a economia do Centro-Oeste”, chegou a dizer o governador de Goiás, segundo o Metrópoles. “Usou o dinheiro do BNDES para fazer o monopólio do abate e das exportações de gado no país.”
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Dois políticos que deveriam dar exemplo de moralidade no uso da coisa pública. Desconstrói todo o bom serviço que aparentavam estar fazendo. Decepcionante.
Só muda um país quando muda-se o seu povo. Mudando o povo muda os governantes. Mudando os governantes, muda a forma de governar e assim as transformações aparecem e o povo é beneficiado. O Brasil está muito longe da primeira condição.
Apesar das eleições, ano que vem, e sempre um risco lidar com esses campeões nacionais, que voltaram com forca e muito a vontade.
O Temer, que o diga!
Velho ditado ainda continua valendo para todos “ diga-me com que andas e te direi que tu és “.
Infelizmente tudo farinha do mesmo saco.
“Prestigiar um empresário que (…) até hoje, gera milhares de empregos no estado”.
Se não fosse ele seria outro qualquer ou um grupo de diversos pequenos frigoríficos e criadores, tanto faz. A economia seria tocada de qualquer forma, quicá até melhor; mas isso fica apenas no terreno das especulações. Um coisa é certa: Um conjunto de centenas de pequenos produtores e frigoríficos seria até melhor para economia do que um monopólio como esse daí. Mas isso, esse estúpido desse governador, não entende e deveria prolongar sua reunião com o Taxad para, quem sabe, entender um pouco mais de economia. Aproveite a festa, capiau.