7 de janeiro de 2021. Durante uma live para estudantes, o professor Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, “ensinou” para seus alunos que o presidente Jair Bolsonaro tentou “dar um golpe” na instituição, ao indicar para a reitoria a terceira colocada na lista tríplice.
Durante a transmissão, Hallal chamou Bolsonaro de “defensor de torturador” e o “único chefe de Estado do mundo que não defende a vacinação contra a covid-19”. Não ficou por aí. O pró-reitor Eraldo Pinheiro tomou a palavra e qualificou o presidente de “sujeito machista, homofóbico e genocida, que exalta torturadores”.
14 de dezembro de 2020. Escola Municipal Guerino Zugno, em Caxias do Sul (RS). A professora Monique Emer se lamentava em sala de aula porque Pepe Vargas, candidato do PT, perdera a disputa pela prefeitura do município. Vargas foi ministro do Desenvolvimento Agrário da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em um áudio vazado, Monique declara aos alunos: “Da direita, quanto mais morrerem de covid-19, aids, câncer fulminante, melhor. Já que a gente não pode fuzilar, então que vão à praça fazer bandeiraço e, se Deus quiser, morram tudo de covid. Adultos, mulheres, idosos e crianças. Não vale um, não se salva um”.
Em seguida, a educadora fez uma publicação em sua conta no Facebook defendendo a necessidade de “canalizar a revolta incendiária de estudantes” em prol de pautas de esquerda. “Onde está a resistência?”, perguntou a professora. “Barricadas? Incêndios? Mobilização popular?” Dias depois, Monique foi afastada do cargo pela Justiça.
“Esse imbecil ganhou porque a maioria votou”
Professores deveriam ensinar suas matérias e não usar a influência que têm sobre os alunos para fazer doutrinação político-partidária. Mas isso não impede que eles ajam para influenciar diretamente os estudantes, inclusive nas escolas particulares.
Abril de 2019. Um professor de geografia ataca o presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores. “Já pararam para pensar que esse imbecil ganhou porque foi a maioria que votou?”, pergunta o docente à classe, que se manteve em silêncio. “Mas sabe o que é pior? É quando a maioria que ganha quer que a outra parte se foda. Se a maioria ganha e quer ajudar o resto, é uma coisa, mas quando a maioria ganha e quer que o preto se ferre, o pobre se ferre, o gay se ferre e a mulher se ferre, aí é pior que uma ditadura.” Ele foi demitido depois de o vídeo ser publicado nas redes.
Na semana passada, outro caso chocou o país. A indígena Sônia Guajajara, ex-PT e atual Psol, ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, dava uma palestra na Escola Avenues, em São Paulo, que cobra mais de R$ 12 mil de mensalidade de seus alunos.
Previsivelmente, a política psolista atacava o agronegócio brasileiro e o governo federal. Um estudante pediu a palavra e expôs seu ponto de vista, o que não agradou ao professor Messias Basques.
A arrogância do fake Harvard
O professor constrangeu o aluno diante de uma plateia de 300 estudantes. “A minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia”, disse. “Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”
A plateia, formada por adolescentes, aplaudiu a arrogância do educador. Basques, na verdade, não tem diploma na universidade norte-americana de Harvard, mas apenas o certificado de um curso on-line que custou US$ 250.
Uma das vítimas preferidas dos redatores dos livros didáticos é o agronegócio
Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou “fazendeiros”, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população: “É preciso democratizar o acesso às terras”. Em carta, o aluno manifestou seu descontentamento. “Falar do agronegócio de maneira tão pejorativa, para uma audiência de 300 pessoas, deixou-me extremamente ofendido”, ressaltou. “Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária.”
Até o momento, o professor Messias Basques continua integrando o corpo docente da escola, apesar de manifestações de repúdio de diversos pais. A instituição emitiu uma nota minimizando o ocorrido.
100% de doutrinação
A doutrinação em sala de aula começa nas páginas dos livros didáticos, cujo conteúdo é elaborado por professores universitários — a maioria com viés de esquerda. O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper, conta o que descobriu, em 2016, ao se debruçar sobre os principais livros didáticos do Brasil, com o objetivo de responder à pergunta: há ou não doutrinação ideológica nesse material?
“Dos dez livros que analisei, 100% tinham um claro viés ideológico”, disse Schüler, numa entrevista a Oeste. “Não encontrei, infelizmente, nenhum livro ‘pluralista’ ou particularmente cuidadoso ao tratar de temas de natureza política ou econômica. São todos livros mancos. E sempre para o mesmo lado.”
Além do capitalismo e do conservadorismo, uma das vítimas preferidas dos redatores desses livros é o agronegócio, retratado como um vilão da natureza. Essa visão distorcida da realidade origina-se do estrabismo marxista sobre vários aspectos da sociedade, constatou o professor Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo.
“Existe um predomínio do pensamento de esquerda nas Ciências Humanas no Brasil e no mundo ocidental”, afirmou Aguiar. Para ele, a esquerda conseguiu vencer no campo ideológico-cultural, apesar da queda do Muro de Berlim, muito em razão da propaganda bem-sucedida. “Isso atinge as escolas, porque os professores são educados com base nessa formação.”
Essa deformação do ensino do agronegócio foi o estopim para a criação do De Olho no Material Escolar. O movimento começou quando a produtora rural Letícia Zamperlini presenciou as aulas on-line da filha de 10 anos durante a pandemia. Entre outras coisas, o setor era apresentado às crianças como responsável pela miséria de povos indígenas.
“São inúmeros os exemplos”, contou Letícia, numa reportagem de Oeste. “Todo mundo que nos procura tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência de referências científicas. Não vemos citações da Embrapa, do Ibama ou de órgãos confiáveis.”
Hoje, são mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez Estados brasileiros. O grupo já se encontrou com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar os livros didáticos. Há duas semanas, um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu produtores rurais, diretores de escolas e representantes das principais editoras do país.
A tirania da minoria
Para Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, as universidades são dominadas pela esquerda em virtude de um processo complexo e demorado de ocupação de espaços. Como a classe intelectual é a responsável por formar diversos ramos da sociedade, a exemplo da classe política, a visão de mundo da esquerda acaba sendo hegemônica. “São esses acadêmicos que escrevem e controlam a qualidade dos livros didáticos, por exemplo”, explica. “Não tem como dar certo.”
Resolver um problema dessa magnitude leva tempo. A presidente do Instituto Livre pra Escolher, Anamaria Camargo, apoia a criação de instituições de ensino com diferentes vieses filosóficos, religiosos e outros focos pedagógicos, como o sistema STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). “Devemos garantir a liberdade das famílias para que possam escolher aquela que está de acordo com seus valores”, disse.
Nesse modelo, Anamaria defende a criação de um sistema de vouchers, em que cada família possa usar o valor do recurso estatal que cabe à educação do seu filho no colégio de sua escolha, como na Holanda. “Enquanto couber ao Estado e àqueles que dele vivem, como sindicatos, escolher as ‘vozes’ que devem ser elevadas e as que devem ser caladas em todas as escolas, jamais teremos uma real pluralidade de ideias.”
Os “líderes geniais das massas”
Cláudia Costin, especialista em educação e ministra da Administração do governo FHC, critica a formação de professores e defende a ideia de que o primeiro passo para alcançar uma escola plural é ensinar os educadores a praticarem, em sala de aula, o debate livre de ideias. “Na escola, sempre houve a tentação de doutrinar”, afirma Cláudia.
A especialista advertiu que esse cenário acaba empobrecendo a produção intelectual dos educadores, a exemplo dos livros didáticos, que oferecem uma visão muito limitada da realidade. “Sobretudo os de geografia”, observou, ao mencionar o agronegócio sendo retratado como inimigo. “Não se deve demonizar um setor da economia que gera renda e emprego.”
Ela defende ainda a ideia de que haja uma abordagem mais ampla dos assuntos, que possa oferecer os dois lados da moeda para o aluno, sem ocultar fatos ou tentar prejudicar determinada pauta. “Precisamos fugir da ‘verdade única’. Educação é formar pensadores autônomos e não pessoas que vão seguir ‘líderes geniais das massas’.”
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Perfeito! O ensino tem que ter pluralidade,pois assim sendo vários pontos que serão mostrados e debatidos exaustivamente os alunos formarão suas próprias opiniões e ,o maís importante, terão o respeito por aquele que pensa diferente.
Minha filha sofre isso na Universidade, que não vou dizer o nome por conta das represálias que ela pode sofrer, somente vou dizer que é pública e das mais conceituadas na América Latina. Ela faz Ciências Sociais e está indignada, revoltada com a falta de aulas com conteúdo do que realmente importa e é pertinente ao curso. Ela diz que somente tem aula de militância. Que ela não pode se manifestar contra e nem expor a sua opinião. Ela tem medo até de agressão física que pode sofrer, por conta da mente tão fechada nesta militância, não somente dos professores como de alunos com o cérebro já lavado. Que os professores não estão lá para dar aula e tirar dúvidas, que quando ela se dirige ao professor com alguma questão referente ao curso ele simplesmente à ignora. Durante o dia militância e à noite são festas regadas à drogas. Sinceramente … já perdi o orgulho em dizer que minha filha passou em uma Universidade pública e confesso que tudo isso me deixa muito preocupada.
Reverter essa situação exigirá muito atenção dos pais de alunos e a criação de escolas com viés conservador que depure a qualidade dos seus pprofessores.
Parabéns Cristyan por mais um brilhante texto. Não vejo futuro na educação desse país. Enquanto os esquerdopatas idiotas serem maioria nas escolas, faculdades e universidades do Brasil.
Obrigado, Robson, pela leitura e pelo comentário. Abraços
Experimente pegar um texto de um livro didático em capítulos que tratem de agricultura, indústria ,capitalismo …e circule as palavras de cunho negativo. Terá um susto ao final , porém ficará ali um gráfico do ódio que esses textos passam e criam no imaginário dos jovens .
No Brasil, os contribuintes pagam para a elite estudar de graça. As Federais deveriam ser privatizadas e o Estado pagar para os que são carentes e verdadeiramente exibem talentos para a formação universitária. Pari passu, investimento maciço no ensino técnico e fundamental.
Sobre a observação de Ilona : “…as universidades são dominadas pela esquerda em virtude de um processo complexo e demorado de ocupação de espaços..”
Espaços hoje amplamente ocupados.
A questão agora é que como reverter esse processo que levou décadas.
Muito bom seu artigo , Cristyan.
Parabéns.
A eleição de Bolsonaro teve o condão de tirar aquele manto opaco de paz e amor que cobria a esquerda tóxica, intolerante, hostil, agressiva e burra que a muitos iludiu por muitos anos, fazendo-se passar por um grupo político jovem, leve, feliz e tolerante.
A raiva espumante que alimentam contra a pessoa de Bolsonaro, embora não sejam capazes de dizer uma linha sobre seu governo em si, desmascara aquela fachada inocente embalada no doce jingle”…brilha uma estrela”.
Bolsonaro teve o condão de levantar o manto vermelho e mostrar ao Brasil a face horrenda e cruel da esquerda que quer se apresentar como opção para voltar ao poder.
Esses professores não receberam lavagem, receberam hipnotismo
Obrigado pela leitura e pelo comentário, Erasmo. Continue conosco. Abração
Excelente artigo!
Obrigado, Antonio. Forte abraço, amigo
Excelente o trabalho de pesquisa que resultou neste artigo desvelados de uma situação que todos
Caro Antonio, gratíssimo pelo comentário e pela leitura. Abração
Parabéns, Cristyan, pela reportagem. Para mim, uma das melhores sobre Educação publicadas aqui.
Cara Luzia, se você gostou do texto, estou no caminho certo. Obrigado por ler e por comentar. Um abraço
Essa luta contra a doutrinação de esquerda nas escolas devem continuar. Nessas aulas on line, durante a pandemia, observamos um livro didático afirmando que os trabalhadores rurais são escravizados, como se isso fosse uma realidade dos tempos atuais. Não citam o qto as fiscalizações, multam e livram trabalhadores de pecuaristas que insistem nessa prática escravagista.
ESSA LAVAGEM CEREBRAL TEM A FINALIDADE DE CONCRETIZAR A CHAMADA NOVA ORDEM SOCIAL, NA QUAL TODOS SERÃO SIMPLESMENTE ROBÔS, PENSANDO E FAZENDO O QUE FOR DETERMINADO PELOS DONOS DO PODER! TODAVIA, NÃO CONSIGO ENTENDER COMO PODEM ACHAR QUE ISSO VAI DAR CERTO! O PLANETA
TEM, ATUALMENTE, SETE BILHÕES DE HABITANTES. SERÁ QUE CABE NA CABEÇA DE ALGUÉM QUE SERÁ POSSÍVEL DOUTRINAR E MANIPULAR TANTA GENTE ASSIM????
É lamentável o nivel de nossos professores, desde os de nível básico até os de nível superior ee pós-graduação: não por eles abraçarem uma ou outra linha ideológica. Como ser humanoo ele tem esse direito. Mas sim, por não se informarem como vivem os mesmos professores em regimes que eles defendem. Se assim o fizessem, veriam que a maioria hoje defende a ideologia oposta. A proposta original do PSDB era MERCADO e SOCIAL em simbiose. Lamentavelmente descambou para extremos perigosos: um foli para os braços de Lula e o outro se julga imperador. Srs. professores, estudem um pouco a respeito dessa ideolegia que vcs defendem antes de tentar influenciar jovens.