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Edição 86

O admirável mundo novo das artes

Os NFTs estão revolucionando o mercado artístico no mundo com volumes de negociações que podem chegar a US$ 69 milhões

Bruno Meyer

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Até março de 2020, o artista Mike Winkelmann era um pacato ilustrador de 40 anos, conhecido pelo pseudônimo Beeple, que morava no Estado americano de Wisconsin. As obras de Beeple eram postadas num ritmo veloz, quase diário, desde 2007, apenas no meio digital — e vendidas por valores que chegavam a, no máximo, US$ 100. O mosaico de milhares de imagens publicadas por Beeple nesses 13 anos e meio virou a coleção Everydays: the First 500 Days e, desde que foi vendida num leilão da tradicionalíssima Christie’s, pode-se dizer que o mundo das artes nunca mais foi o mesmo.

Em 11 de março de 2020, Beeple se transformou em um artista gigante da nova era digital que se instalou no mundo das artes. Sua coleção foi vendida por US$ 69 milhões (cerca de R$ 380 milhões), transformando-se na obra digital mais valorizada até hoje e a terceira mais cara de qualquer artista vivo. Nesta última semana, mais um recorde foi batido por Beeple: Human One, obra que mistura arte física com digital de um astronauta em movimento, foi arrematada por US$ 28,9 milhões (R$ 160 milhões). Beeple vendeu, assim, o segundo NFT mais caro de todos os tempos. O ilustrador com óculos fundo de garrafa e muito mais jeitão de nerd do Vale do Silício do que personalidade do mundo artístico ganhou cerca de US$ 98 milhões em 2021. 

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