Pular para o conteúdo
publicidade
A atriz Maitê Proença | Foto: Gabriela Bil/ Estadão Conteúdo/AE
Edição 96

“Os abusos do politicamente correto” e outras notas

José Dirceu luta pelo socialismo enquanto come num dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro

Bruno Meyer
-

“Devemos questionar os abusos do politicamente correto”

Prestes a completar 64 anos, na próxima sexta-feira (28), Maitê Proença diz que não é mole envelhecer em frente às câmeras. “Nunca foi. Quando todos me viam como um sex-symbol inexpugnável, a tormenta comia solta por dentro”, conta, em entrevista a Oeste. Afastada das novelas desde 2017, quando deixou a Globo depois de um contrato que durou 37 anos, Maitê prepara o lançamento de dois livros, pelo grupo Ediouro. Um deles, a reedição da ficção Uma Vida Inventada. O outro, o lançamento de O Pior de Mim, peça que começou on-line e entrará nos palcos em 2022. Na vida pessoal, além de ter sido avó na pandemia (é a primeira filha de Maria Marinho, do casamento de 12 anos com o empresário Paulo Marinho), ela engatou um relacionamento com a cantora Adriana Calcanhotto. Leia trechos da entrevista. 

Retrato da atriz Maitê Proença, durante ensaio da peça A Mulher de Bath | Foto: Gabriela Briló/Estadão Conteúdo

A senhora já definiu O Pior de Mim como uma crítica aos “perfeitos” de plantão, os que posam de bons moços: “Todos bem-sucedidos, ricamente vestidos e seguros de si, sempre politicamente corretos, jamais fazem uma contradição”. O que a motivou a apresentar a peça?
Fico assustada com o grau de moralismo e imposições éticas de muitos. Alguns reality shows viraram um tribunal implacável, com justiceiros levando o réu da vez ao linchamento público, tudo em nome das “verdades” do momento.  Minha peça foi concebida como um antídoto para isso, para as fake news, para essa ética do avesso praticada por gente maldosa, e para o glamour mentiroso das redes sociais.  

De que forma esse moralismo e o politicamente correto prejudicam?
A humanidade tem algumas regras consensuais, partilhadas por todos os povos. São as que devemos acatar por facilitarem o convívio com nossos pares e a natureza. E há outras que variam de acordo com as épocas, com modismos, com as imposições sociais do momento. Dessas, fazem parte os abusos do politicamente correto, por exemplo. Essas são as que devemos questionar com rigor, para não virarmos a turba selvagem que anda por aí apontando seus dedos preconceituosos a qualquer um que pense e aja diferente. 

A senhora tem feito uma série de conteúdos em vídeo sobre personalidades femininas. De que forma as redes sociais são importantes para o seu trabalho?
Trago a história de mulheres precursoras, porque muitas pessoas não se dão conta de que o feminismo não surgiu agora. Houve mulheres em todos os períodos históricos que não se curvaram às imposições sociais. Sofreram o pão que o diabo amassou, mas tiveram uma experiência rica e abriram caminho para tudo o que já conquistamos e aquilo que se pleiteia agora. Pesquiso personalidades extraordinárias do universo feminino, de que pouco se ouviu falar. Tudo o que apresento são artigos que eu mesma faço e uso no dia a dia — para casa, corpo, beleza e saúde. Parece meio hippie, eu sei, mas vivo assim e funciona bem. 

A senhora tem 63 anos, foi avó na pandemia e segue sendo uma das mulheres mais belas do Brasil. Como é envelhecer em frente às câmeras?
Não é mole, e nunca foi. Quando todos me viam como um sex symbol inexpugnável, a tormenta corria solta por dentro. Agora invisto nos meus talentos mais subjetivos. Quem sabe eles encantam uma gente de valor e eu vou cavando meu espaço com um novo público, que crê na vida, gente tão inconformada e entusiasmada quanto eu. 

Santander no Pelourinho

Novo presidente do Santander no Brasil, Mario Leão fez a primeira apresentação aos funcionários na última terça-feira (18). No cargo desde o primeiro dia de 2022, Leão destacou que deseja construir a melhor e maior empresa de consumo do Brasil e incentivou a plateia, de 43 mil presentes on-line, dos 45 mil funcionários do banco no país, a ter obsessão no bom atendimento ao cliente. Um dos pontos do discurso foi a menção do novo presidente em valorizar o passivo (termo de contabilidade) como fonte de rentabilização para a instituição. Em outras palavras, potencializar tudo o que o banco arrecada de investimentos dos clientes, como CDBs e fundos, para emprestar a outros clientes a juros maiores, ganhando um spread na operação. 

Com passagens pelo Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, onde foi vice-presidente da operação brasileira por uma década, Leão prometeu rodar muitas das 2.029 agências do país para conhecer a ponta do quarto maior banco privado do Brasil (em 2021, o Santander anunciou que iria continuar a se expandir para o interior). A live para os milhares de funcionários deu uma mostra de que Leão deseja realmente sair mais de sua ampla sala na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo: a apresentação foi realizada no Pelourinho, cartão-postal de Salvador, com passagens ao vivo do grupo Olodum. Leão sucede a Sergio Rial e foi escolha pessoal do antecessor, que vira chairman do banco.

Mário Leão, novo presidente do Santander | Foto: Divulgação

O primeiro bilhão

Com duas décadas de existência e cerca de 17 mil clientes ativos, a Nelson Wilians Advogados projeta faturar R$ 1 bilhão em 2022. O volume inédito se deve à atuação na recuperação de crédito das empresas — entre os principais clientes, estão os maiores bancos do país, como o estatal Banco do Brasil. “Independentemente de ser um ano de eleições, acreditamos no crescimento da área”, diz Nelson Wilians. A empresa quer ainda expandir as filiais, de 29 para 33, no Brasil neste ano. 

Calote editorial

O calote da Saraiva e da Cultura, redes de livrarias que já foram as maiores do Brasil e se encontram atualmente em recuperação judicial, bateu a marca de R$ 300 milhões, somente às editoras de livros. Fato importante: nenhuma editora faliu com o revés. 

De Miguel Alves para o mundo

Modelos, como outras profissões, viram suas ofertas de trabalho diminuírem na pandemia, com a interrupção dos desfiles de moda. Mas uma das mais requisitadas do Brasil, Laís Ribeiro, não tem do que reclamar. Ela, que chegou a vender galões de água na adolescência em Miguel Alves, cidade rural no interior do Piauí, desembarca no fim de janeiro no Brasil, direto de Miami, onde mora. Vai fotografar a campanha de uma grife de moda no Pantanal. Renovou também contrato com a Donna Karan, em que será o rosto do perfume, e estrelará nova campanha da Animale no Brasil. Antes da pandemia, Laís chegou a faturar R$ 11 milhões em 12 meses. 

E não só de trabalho vive Laís. Ela vem ao país para preparar a cerimônia de casamento, que acontecerá em agosto, em Trancoso, na Bahia. O noivo é Joakim Noah, astro do basquete norte-americano e atual embaixador do Chicago Bulls. Noah fechou um dos maiores contratos da história da NBA, em torno de R$ 400 milhões.

A modelos Laís Ribeiro | Foto: Divulgação

Criptomoedas nas eleições

O anúncio do prefeito Eduardo Paes de que pretende criar uma criptomoeda carioca reforçou em especialistas a importância de a tecnologia ser discutida também para as eleições. “As criptomoedas são uma tendência, até em órgãos públicos, mas ainda não são regulamentadas para as eleições”, diz o contador Guilherme Sturm, criador da startup Essent Jus, responsável por montar a primeira rede de contabilidade eleitoral 100% digital. O uso das criptomoedas poderia servir, diz Sturm, para doações e pagamentos de despesas eleitorais. Ele desembarca em fevereiro no Rio de Janeiro para o Esquenta Essent Jus Experience, evento que discutirá as criptomoedas e tendências para as eleições, além de estratégias de ferramentas de contabilidade eleitoral para os partidos. A iniciativa é uma prévia do evento nacional, que será realizado em março em Brasília, com especialistas da área eleitoral.

Fora da cadeia

Uma colunista carioca descreveu a viagem ao Rio de Janeiro de José Dirceu nesta semana: “O ex-ministro chegou ao Rio com sua linda mulher, Simone, (…) foram provar o arroz de pato famoso e as sobremesas portuguesas do restaurante sucessor do antigo Antiquarius” — um dos mais caros da cidade. No mês passado, Dirceu disse que o PT quer ganhar as eleições presidenciais para criar as bases de um projeto socialista. Como escreveu o jornalista Silvio Navarro na mais recente edição de Oeste, eles voltaram.

José Dirceu e sua mulher, Simone, no Rio de Janeiro | Foto: Reprodução

[email protected] 

Leia também “A Disney de Santa Catarina”

12 comentários
  1. Marcelo Martins
    Marcelo Martins

    Com relação ao José Dirceu, em que ele diz que o PT implementará as bases de um projeto socialista, a gente já conhece o resultado disso.
    Esse mesmo discurso foi feito por Fidel Castro, a mais de 60 anos atrás, e mais recentemente, por Hugo Chávez, Daniel Ortega, Evo Morales, Néstor e Cristina Kirchner, etc..
    E podemos olhar para essas experiências e vermos o resultado que foi obtido: mais miséria da população, mais e mais intervenção na economia, saúde e educação colapsada, imprensa livre destruída, oposição totalmente dizimada, liberdade individuais caçadas, e por aí vai.
    Quem votar no Lula, será culpado por tudo isso que irá acontecer, não tenham dúvidas disso! O STF já está aparelhado, com 9 dos atuais 11 ministros, indicados pelo PT, e com a qualidade de nossos políticos em Brasília, todos serão comprados novamente, em novos Mensalões e Petrolões.
    Uma coisa eu digo, se o PT ganhar, quem puder fugir do país, que fuja, pois as coisas ficarão vermelhas de vez!
    E como prega o velho Socialismo, enquanto a população padece aqui no andar de baixo, os manda chuvas viverão a vida boa, como demonstra o José Dirceu, comendo num dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro.
    No final, vai ser assim: Socialismo (miséria total) para o povo e Capitalismo (restaurantes caros, férias na Disney e NY, carrões importados) pra eles!

  2. JHONATAN PAIVA SURDINI VIEIRA NOGUEIRA
    JHONATAN PAIVA SURDINI VIEIRA NOGUEIRA

    Zé dirceu sendo Zé dirceu… PT sendo PT e, para finalizar, socialismo sendo socialismo.

  3. Rogério Soares Carvalho
    Rogério Soares Carvalho

    No início da matéria, o entrevistador esqueceu de perguntar à veneranda senhora por que ela recebe até hoje gordos salários salários dos cofres públicos – nosso dinheiro, portanto – por ser “filha solteira” de um magistrado falecido há décadas. Deve ser porque ela precisa, coitada. Só existe um termo para definir esta figura: pilantra.

  4. Fabio Caporazzi
    Fabio Caporazzi

    Me veio a memória quando Maduro fechou a churrascaria do turco Nusret (o cara do salzinho) só para ele… vão vendo , essa é uma amostra do que essa esquerda caviar faz. Lula e seus amigos nunca mais !

    1. Marcelo Martins
      Marcelo Martins

      O discurso de todo Socialista, na prática, é: Socialismo para vocês e Capitalismo para nós!

  5. Paulo Antonio Neder
    Paulo Antonio Neder

    Socialismo para os outros. Não para esses que tão mal fazem para o País. Não vamos nos omitir nas eleições. PT NUNCA MAIS!!!!!!

  6. Rômulo Neves Baptista Filho
    Rômulo Neves Baptista Filho

    Eles gostam de socializar as propriedades dos outros , as deles não entram. Vida boa só para o rei e os amigos e parentes dos mesmo

  7. Fabio Augusto Boemer Barile
    Fabio Augusto Boemer Barile

    Sim, voltaram… por que somos otários, aceitamos de cabeça baixa os desmandos de 10 canalhas encastelados no Supremo Tribunal Bolivariano.

    1. José Geraldo Xavier
      José Geraldo Xavier

      11

    2. Luiz Alberto Huber
      Luiz Alberto Huber

      PT, nunca mais.

  8. José Arnaldo Amaral
    José Arnaldo Amaral

    Essa cambada de comunolarápios tipo Zé Dirceu, Lula, et caterva, dado aos crimes de lesa-pátria que continuadamente cometem, contra o Brasil e os brasileiros decentes, ocorressem nos paises – Cuba,China, Coréia do Norte, etc- controlados por sicários de igual laia, já teriam sido fuzilados há priscas eras. Sem choro, nem vela.

  9. Ivo Zanoni
    Ivo Zanoni

    O discurso é trabalhem para mim, socializem o alheio e não usem o seu cérebro, eu penso por vocês. Se esta turma ganhar não me recuso a cortar cana, o trabalho nunca me assustou. Meu cérebro eles não levam.

Do corre ao nocaute, Mirelle Moschella - Apresentadora Anterior:
Mirelle Moschella: ‘Tinha certeza de que não ia morrer do câncer’
Próximo:
Carta ao Leitor — Edição 213
Newsletter

Seja o primeiro a saber sobre notícias, acontecimentos e eventos semanais no seu e-mail.