Depois de polêmicas com patrimônio e com elogios à administração de Paulo Maluf, ex-secretário de Doria se diz perseguido por João Amôedo e por ala esquerdista do partido
A candidatura de Filipe Sabará à Prefeitura de São Paulo foi temporariamente suspensa pelo partido Novo, que não deu explicações sobre a medida e alegou que o motivo é “sigiloso”.
Sabará, por sua vez, afirma que é perseguido pelo ex-presidente nacional da legenda e candidato derrotado das eleições de 2018 João Amôedo, além de uma suposta “ala esquerdista” dentro da sigla. “Estou entrando com todos os meios jurídicos e medidas judiciais cabíveis, tanto para reverter a situação, quanto para processar os responsáveis”, enfatizou o candidato. “Infiltrados do MBL também estão nesse grupo de pessoas que estão tentando me derrubar.”
Depois da análise de um pedido de impugnação assinada por Kauan Gonçalves Viscardi, de Santa Catarina, a suspensão foi confirmada. Filipe Sabará tem um prazo para se defender, segundo o estatuto do Novo.
“O Diretório Nacional reforça a determinação do CEP (conselho de ética do partido) de suspensão temporária de todas as ações de pré-campanha em nome do candidato até o assunto seja efetivamente julgado”, comunicou o partido em nota.
Polêmicas
Fato é que Filipe Sabará tem se envolvido em polêmicas desde que foi oficializado candidato.
Primeiro, por se alinhar claramente ao presidente Jair Bolsonaro, em um partido que não tem um direcionamento claro para isso. Por essa atitude, um grupo de WhasApp intitulado “Tentando Salvar o Novo” foi criado.
Depois, por dar as costas ao antigo chefe, João Doria, de quem foi secretário do Desenvolvimento Social, quando o tucano foi prefeito.
Na semana passada, Sabará elogiou a administração de Paulo Maluf à frente da prefeitura paulistana em entrevista a um programa de rádio. Disse que o progressista foi o melhor prefeito que a capital paulista já teve.
Na mesma conversa, ele também chamou o o ex-porta-voz do Vem Pra Rua Rogério Chequer, que foi candidato do Novo ao governo paulista em 2018, de “oportunista”.
E, cereja do bolo, nesta quarta-feira, 23, o empresário teve de retificar sua declaração de bens entregue à Justiça eleitoral, porque havia declarado apenas R$ 15 mil, quando, na verdade, possui mais de R$ 5 milhões. Passou de classe média a milionário em uma canetada.
Com tudo isso, não fica difícil entender a razão pela qual o Novo ficou em dúvida.