Para Adolfo Sacshida, não compete apenas à iniciativa privada pagar a conta da pandemia de coronavírus
“Não é cortar salários dos servidores, mas não é complicado passar dois anos sem reajuste. O exemplo tem de vir de cima, temos de ter ajustes além dos econômicos”, constatou ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sacshida, numa transmissão ao vivo da XP Investimentos.
Segundo ele, não é complicado para um funcionário que começa na carreira ganhando R$ 30 mil por mês ficar um tempo sem reajuste salarial — sobretudo neste momento de pandemia de coronavírus, que afetou gravemente a economia mundial. Portanto, a conta não será paga apenas pela iniciativa privada.
“O desemprego está subindo a passos largos. Será que está correto algumas pessoas manterem o emprego e não perderem salário?”, interpelou o secretário, ao se referir, é claro, aos servidores públicos com estabilidade e, também, altos salários e benefícios dignos de marajá.
A indagação de Sacshida coincide com o atual cenário: redução de jornada e rendimentos dos trabalhadores do setor privado. Tais medidas, como a MP 936, estão sendo adotadas para que as empresas possam atravessar este momento de crise, acentuado pelos casos de covid-19 no Brasil.
É inacreditável que em meio a quebradeira de empresas, desemprego e um gigantesco aumento da pobreza, os funcionários públicos apenas tenham os salários congelados. Uma nação quebrada, na miséria, vai continuar pagando esses privilegiados.
A arrecadação diminuiu e os gastos aumentaram. Fácil prever o que vai acontecer.
Onde foi que nós nos metemos… sempre me pergunto. Essa história de funcionalismo público ser o El Dorado criou entre os funcionários públicos e também entre a população em geral uma ideia de que esse setor é intocável. No Brasil ou você é FP ou você sonha em ser, por isso nem apoio popular existe para acabar com esses privilégios. A sociedade brasileira precisa acordar e pensar mais no coletivo, isso não é ser comuna, é ser racional. Precisamos ensinar os jovens o valor do empreendedorismo, e a dignidade e honra de conquistar a própria renda, sem pai (Estado) ou patrão.
Só não entendo porque continuam tratando o sistema público de maneira privilegiada. Se o problema financeiro ocorre agora, de que adianta congelar no topo (salários já acima do padrão, pra um serviço péssimo) e por dois anos? Não faz sentido. Seria mais sensato enfrentar esse corporativismo de uma vez e se fazer uma reforma geral e mais conectada com a realidade. Não dá mais pra sustentar essa “nobreza” nos dias de hoje.
Muitos já tentaram, mas é o maior lobby do Brasil. Por quê vc acha que o funcionalismo público é majoritariamente petista? Foi o governo que mais fez concursos e jogou os salários na estratosfera. Hoje tem menino de 20 anos ganhando R$30.000,00 no serviço público. Blz, mas isto reflete o resto do país?