Em Rondonópolis (MT) foi proibida a venda de bebidas alcoólicas até em supermercados e lojas de conveniência
Depois de antecipar feriados, proibir o funcionamento de lojas, diminuir o transporte público, ampliar o rodízio de veículos e impedir que pessoas saiam às ruas, alguns prefeitos e governadores tiveram outra ideia para tentar conter a disseminação da pandemia de coronavírus: instaurar uma espécie de Lei Seca. O pioneiro foi o governador Wellington Dias, do Piauí, que determinou a proibição da venda de bebidas alcoólicas entre 13 e 15 de maio.
“Quando bebe demais, aí perde o juízo e daqui a pouco é abraço, é beijo, é contaminação”, justificou Dias, na época.
Agora foi a vez de Rondonópolis (MT), cidade de 230 mil habitantes, localizada a 210 quilômetros de Cuiabá. Assinado pelo prefeito José Carlos do Pátio (SD), o decreto, que passou a valer nesta sexta-feira, 19, impede a venda de bebidas alcoólicas e narguilé em todos os estabelecimentos, inclusive supermercados e conveniências.
Outra medida imposta foi a proibição da circulação de pessoas de segunda a sexta entre 19 e 5 horas e no sábado, domingo e feriado em qualquer horário. Uma espécie de “lockdown nos fins de semana”.
Rondonópolis tem atualmente 844 casos confirmados de coronavírus. Destes, 296 estão em isolamento domiciliar, 46 hospitalizados, 478 recuperados e 24 pessoas morreram. São 380 casos por 100 mil habitantes, bem abaixo da média brasileira, que está em 465 por 100 mil habitantes.
Ainda não se sabe se o prefeito vai conseguir atingir o objetivo. Mas do que se tem certeza até o momento, como mostram os vídeos abaixo, é que ele conseguiu promover uma corrida aos supermercados na tentativa de estocar o máximo de bebidas possível antes que as prateleiras fossem esvaziadas.
Esse é o padrão do homem público escolhido por nós todos. Se não fosse dramático seria até engraçado.