Um vídeo do deputado estadual Filippe Poubel mostra que o Hospital Estadual de Campanha de Casimiro de Abreu ainda está bem longe de ficar pronto
A seção fluminense do chamado Covidão, termo cunhado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) para designar casos de corrupção envolvendo o desvio do dinheiro público destinado a combater a epidemia de coronavírus, ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira. Depois de visitar o Hospital Estadual de Campanha de Casimiro de Abreu, em Barra de São João, no interior do Estado, o deputado estadual Filippe Poubel (PSL) publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra o local apenas com a estrutura externa e algumas divisórias. Não há médicos, respiradores, leitos ou sequer operários trabalhando na obra. O orçamento destinado ao hospital é de R$ 60 milhões e a previsão de entrega era 30 de abril.
O flagrante aconteceu no mesmo dia em que Mário Peixoto, empresário ligado ao governador Wilson Witzel, foi preso preventivamente pela Polícia Federal suspeito de envolvimento em fraudes na área da saúde. De acordo com as investigações, os contratos relacionados à construção dos hospitais de campanha do Rio foram feitos de forma ilícita.
Como revelou a reportagem de capa da revista Oeste, o governo fluminense empenhou até agora R$ 1,5 bilhão sem licitação. Entre os gastos que merecem destaque está a compra de mil respiradores por R$ 183 milhões — ou R$ 183 mil por unidade. O preço de mercado dessas máquinas oscila entre R$ 58 mil e R$ 75 mil.
Um dos contratos mais portentosos contemplou com R$ 835,7 milhões um certo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). Em troca dessa fortuna, a entidade comprometeu-se a gerir 1.400 leitos distribuídos pelos hospitais de campanha prometidos por Witzel.
A reportagem ressaltou que, embora os países europeus estejam desativando hospitais de campanha quatro meses depois das primeiras mortes, o contrato com o Iabas tem duração de seis meses. A despesa com cada leito alcançará R$ 3,3 mil por dia. Até agora, apenas dois hospitais de campanha foram inaugurados. Pelo que mostrou o vídeo de Poubel, o de Casemiro de Abreu ainda está bem longe de ficar pronto.
Espero que os novos responsáveis pela PF no Rio de Janeiro apurem o Covidão e possibilitem a prisão desses políticos criminosos.
É impressionante como a conta chega rápido. Pelo jeito o Witzel, que queria derrubar o Bolsonaro, corre o risco de sair algemado do governo do Rio. Bolsonaro tem muitos defeitos, mas a turma que é contra ele é muito pior.
Mais um juiz ladrão que virou político, Sai daí Witsel!