Mandar todo mundo ficar em casa por meses é um plano assassino. Mais letal que o pior cenário imaginável para a epidemia do coronavírus. E agora?
O governador de Nova York disse que as pessoas devem se preparar para viver confinadas em suas casas por meses. “Distanciamento social e conexão espiritual”, formulou Andrew Cuomo, numa coletiva sobre o combate ao coronavírus. Aí surgiu num telão Robert De Niro mandando todo mundo ficar em casa porque ele está “de olho”. Volta para o governador – e o vemos rindo da tirada do astro de Hollywood. Tudo normal.
Já que a massa catatônica assiste a esse estranho ritual se imaginando diante de um homem sensível e diligente que está ali endurecendo sem perder a ternura para salvar vidas, alguém tem que fazer o serviço sujo de estragar o transe: Sr. Cuomo, isso não vai acontecer. O mundo não viverá meses de confinamento doméstico nem se estourar uma guerra nuclear.
Mas vamos ficar no caso do coronavírus, que ainda não provocou uma guerra. Nove meses de confinamento populacional, como chegou a admitir o governador de NY – projetado para o mundo todo –, significa contratar uma tragédia humanitária muitas vezes maior que a da atual epidemia. Vamos repetir, para que não haja engano: uma tragédia MUITAS vezes maior. Quantas vezes maior? Peçam para algum assessor graduado do Sr. Cuomo (que saiba fazer conta) montar a estimativa. Não vale o De Niro.
Essa conta começa mais embaixo – em latitude e em escala social – com os mais pobres. Em países distantes como o Brasil, por exemplo, as cidades fantasmas já estão gestando a devastação – entre as pessoas (muitas pessoas) que não podem consertar um cano ou pintar uma parede pela internet, que não têm para quem vender seus biscoitos na rua ou na praia, para quem, portanto, a tradução de roumeófice é barriga vazia. Não têm rede de proteção social, não têm grana pro remédio da mãe doente, que vai morrer amanhã, ou talvez hoje, fora das estatísticas.
Essa bomba atômica não elimina a necessidade das defesas contra o coronavírus. Apenas não pode ser ignorada em qualquer plano que pretenda salvar vidas. As mortes pelo garrote social não são uma abstração. Não são redutíveis a um dilema cínico entre economia e saúde. Tudo é vida. Quer morrer de quê?
A devastação humanitária que será provocada pelo confinamento de populações inteiras em casa por meses está sendo negligenciada por inúmeros planejadores e autoridades. O fantasma da epidemia é totalitário – criou em grande parte da população uma percepção unidimensional do perigo, com o pensamento substituído pelo pavor. Então vamos dizer com todas as letras, pedindo licença à patrulha linchadora: mandar todo mundo ficar em casa por meses é um plano assassino. Mais letal que o pior cenário imaginável para a epidemia do coronavírus. E agora?
Enquanto deixamos essa reflexão para os talibãs do fica em casa indefinidamente até o corona sumir da paisagem, vamos trazer outra perspectiva subversiva: um “lockdown” geral de meses não vai matar mais gente do que o coronavírus só em 2020. Vai matar mais gente do que a epidemia atual por vários anos. E vai começar pelos pobres, mas vai pegar todo mundo.
A depressão mundial sem precedentes vai espalhar uma epidemia de fome e violência – fora o tsunami de doenças e pragas que sempre se expandem a qualquer avanço da escassez de meios para combatê-las. Se você está preocupado hoje com o colapso das redes de saúde pública, você tem a obrigação de procurar saber o que vai acontecer com elas após a maior depressão econômica da história da humanidade. E você não tem o direito de pensar em um colapso para depois pensar no outro. Não dá tempo.
Cresce entre médicos e analistas responsáveis a tese da paralisação “vertical” das atividades sociais – concentrando as medidas de isolamento na população idosa e grupos de risco e permitindo a circulação (com o protocolo completo do bloqueio de contágio) dos que estão fora da faixa vulnerável. Quanto mais o coronavírus se espalhar pela população que só terá sintomas leves ou sintoma nenhum (a imensa maioria), mais rápido será o fim da epidemia. Ela só vai decair depois de se expandir.
Governantes e autoridades do mundo todo sabem disso. E estão com medo da execração por parte dos que estão apavorados. Vamos ver o que vai acontecer primeiro: 1. a tomada de consciência da opinião pública (vencendo o pânico); 2. a revolta dos confinados; ou 3. um surto de coragem dos tomadores de decisão.
Guilherme Fiúza é um liberal do tipo genocida. “Ela [a pandemia] só vai decair depois de se expandir.” Isso é óbvio, mané. Só que se ela se expandir tão rapidamente quanto é o ritmo do contágio do novo vírus na vida normal das metrópoles superpovoadas, não haverá hospitais para tratar de NENHUM doente, seja de covid-19, seja de câncer, de pneumonia por outras causas, de enfarte, etc. E milhares de doentes morrerão em casa (sem prazo de enterro) ou na rua (idem), e as pilhas de cadáveres irão amargar a vidinha das “pessoas de bem” em seu lindo isolamento vertical, lembrando o que ocorria no Gueto de Varsóvia, mas em escala global.
Para pessoas esclarecidas isso e obvio, pena que a maioria nao esclarecida.
Na minha opinião só vamos reagir contra essa insanidade de confinamento completo quando os provedores de internet entrarem em quarentena e pararem tudo. Aí será vida real sem netflix, sem “zap” e postagens de vinho importado e queijo brie.
A revolta já começou, as carreatas se manifestam em grande parte de grandes centros urbanos pela abertura do comércio e os cavaleiros do apocalipse do “vírusgolpe” já estão colhendo a queda de suas popularidades com esta irresponsável estripulia política.
Concordo em gênero, número e grau com toda explanação feita em relação ao confinamento para evitar expandir o coronavirus. Meus aplausos
Recomendo a todos os que querem manter a sanidade mental em tempos de pandemia a leitura dos artigos de Guilherme Fiuza. Mas não fique com este remédio só para você, compartilhe com amigos e familiares. Faz bem para a mente!
Nos meus delírios conspiracionistas, fico pensando se tudo isso não seria um treinamento para criar um estado único, com controle de fronteiras e um meio de confinamento doméstico mundial. Eu tenho esses surtos paranóicos…
Fiuza parabéns!
Minha visão geral de tudo que esta acontecendo se resume na (fotografia de Carter). Onde a mídia e os políticos mau intencionados, são representados pelo (abutre urubu) a espera da “morte” da economia mundial ou local, que é representa pela criança negra morrendo por “inanição”.
No caso do Brasil, os abutres estão loucos para devorarem o governo federal!
Não precisa ser um gênio para saber onde essas imposições de confinamento vão parar. Mas este texto é fruto de uma mente genial. Parabéns Fiuza. #FiuzaNoRodaViva.
Fiuza, aí você falou e disse!
Artigo primoroso. Já compartilhei por WhatsApp. Precisa ser lido por muita gente.
Se continuar mais tempo essa paralização, vai demorar muito mais pra recuperar o prejuízo.
Fiuza tem discernimento e sensatez,é um oásis no deserto do jornalismo brasileiro,exprime as palavras que realmente temos no pensamento.
Nunca a verdade foi tão dura para nós, humanos. Mas a conspiração contra ela já está generalizada em nossa imprensa não, Fiuza.
Parabéns GF pela sensatez e lucidez!
Não existe somente este prisma!
O problema maior é o emprego informal , a faxineira , o vendedor de pipoca , o pedreiro , o bombeiro , então pessoas jovens que entram nas casas dos outros para fazer serviços . O limpador da piscina , o eletricista , etc porque pelo o que eu estou entendendo , os serviços essenciais nao foram suspensos . Então do que está se falando ? Pode ser mais claro pra mim por favor
Fiuza lúcido como sempre.
A revolta dos confinados será muito pior. A maioria da população brasileira sobrevive com um minguado salário mínimo, portanto não tem nenhuma reserva de dinheiro para adquirir sua alimentação. Entre morrer de fome e enfrentar uma futura gripe, escolherão a segunda opção. Aí sim, teremos uma terra arrasada, com pessoas desesperadas saqueando os comércios de alimentos em busca da sobrevivência. Será a lei dos mais fortes. Estão esquecendo que os alimentos não nascem nas gôndolas dos supermercados, e a escassez será inevitável. O povo precisa voltar a produzir, se quiser vencer esse vírus.
Parabéns pela excelente explanação. Estou republicando, com o devido crédito.
Observação perfeita!
JORNALISTA NOTA 10!
PARABÉNS FIUZA! JORNALISTA NOTA 10!
Excelente análise.
Acredito que o que está sendo feito é “se esconder”, mas infelizmente não há como fugir.
Devemos, é claro, evitarmos o contagio, na medida do possível preparar o sistema hospitalar, proteger os vulneráveis e seguir com a vida.
Os lacradores de plantão serão os primeiros a criticarem o governo pelo colapso econômico que surge no horizonte, afinal de contas, como vão trocar o iPhone?
Perfeito, Guilherme!
Em algum instante isso terá que acabar. Já dizia um velho ditado.. “as dores ensinam a parir”.
Espero que a população acorde e manifeste sua posição de apoio à retomada da vida sem que passe por situação pior.
Clareza intelectual impecável meu querido. Vc é dos poucos jornalistas de bom senso decentes, nesse mar de mediocridade jornalística. Segue firme. Estou com vc.
Fiuza, muito herói!
Mais uma vez acertando, como sempre.
Jornalismo Primoroso.
Exatamente. Bravo. A tomada de consciência da opinião pública em conjunto com a revolta dos confinados vai decidir em breve esta “parada”.
GUILHERME, SEU TEXTO NÃO TEM PRA NINGUÉM! A SORTE ESTÁ LANÇADA. VAMOS VER O QUE VAI ACONTECER QUANDO O POVO ACORDAR! QUEM VIVER VERÁ!
2. A revolta dos confinados.
Perfeito Fiuza.
Bastante ponderado.
Para os que já viveram o suficiente não morrer, os inconsequentes escolheram matar os que têm a vida pela frente.
Tenho 68 anos sou avó e não me importaria nem um pouco de morrer pelo futuro dos meus filhos e netas. A morte faz parte da vida. Estou é morta de vergonha da imprensa e dos governadores e prefeitos, presidente da câmara, senado e STF inclusos.
Finalmente uma pessoa com coragem.Pois se nâo nos arriscarmos pelo futuro das novas gerações ,qual será o nosso legado? Covardia e egoísmo?O que seria do mundo se jovens não tivessem arriscado suas vidas contra o nazismo,sabendo que as probabilidades de morte ou ferimentos graves eram infinatamente que agora?As pessoas falam de patriotismo de sacrifício da boca para fora,hoje somos um mundo hedonista e frívolo que na horaH se porta de maneira infantil. Compartilho com o sentimento de vergonha dessa senhora.
Fiuza acertando na mosca!
Na mosca Fiuza.
FIUZA, como sempre , fantástico.
Fiuza, preciso e cirúrgico. Só lembrando que 94% da população não tem poupança. Sua renda é sua sobrevivência. Ñão há outra alternativa a não ser o isolamento vertical. O desemprego já começou. Maioria do grupo de risco são aposentados, se o país quebrar 80% dos infectados e os não infectados, sobreviverão ao corona vírus mas ñ sobreviverão ao caos.
Deu show!!????
Sigamos Israel, pois.
Fuiza sempre coerente
Excelente análise! Confinamento é suicídio coletivo.
Excelente artigo, bom conhecer mais um cabeça pensante neste momento em que parece ser obrigatório cantar em coro. O agronegócio que continua trabalhando normalmente vê com apreensão o suicídio coletivo das cidades.. precisamos acirdar deste torpor e voltar a trabalhar!
Fiuza em fim,estava ansiosa pela sua analise!
Parabéns pela análise, espero que as previsões estejam erradas ?
Que coragem! Pq parar o mundo e deixar milhões morrerem de fome? Será que nos absurdos que acontecem na Europa o sistema de saúde deles é realmente melhor que o nosso? Parabéns pelo artigo, nos faz pensar.
Obrigado por essa matéria, mas as decisões não estão em nossas mãos, que por vezes nos acovardamos diante de realidades tão claras como esta. Em meio ao caos nos dispersamos em meio a multidão e nos tornamos mais um.
Lo
Qual a diferença de morrer de.fome.e morrer do corona virus? Pq pelo que se sabe não é uma gripezinha. Tem gente morrendo ou ficando gravemente doente. E não é somente gente pobre. O que eu não entendo desses especialistas é a capacidade de explicar as coisas de acordo com o sua cegueira politica
Belo artigo! Mas, na sua opinião, o que está por trás de tudo isso?
Que raciocínio medíocre, dono Viviane!
A diferença entre morrer de fome ou dos efeitos de doença pre-existente agravada pelo Covid, é realmente bem maior que sua inteligência! Quem vai morrer de “coronavírus? Os do grupo de risco!
Quem vai morrer de fome? O resto da humanidade! E essas pessoas que estão ficando gravemente doentes não terão como ser tratadas e morrerão, também! Vc realmente deveria começar a pensar!
Parece insensatez da minha parte, mas não é, e puro discernimento consciência e uma verdade. “É muito mais justo e coerente nós atentarmos para o possível sofrimento em massa do que as mortes que possa vir a ter.” Isto é, vai morrer muitas pessoal com o vírus? Vai. Se manter o confinamento será infinitamente pior. Srs. Autoridades pense nisso.
Viveremos de fotossíntese até a lâmpada queimar. Parabéns Fiuza! Sucesso Oeste!
Não sabia que os supermercados estavam fechados.
Assinante feliz com a Revista Oeste!! Que excelente texto Fiuza!!
Grande Fiuza
Muito satisfeito com a sua análise real e objetiva !!!!
Como sempre, realista! Agora, nos dê a receita de como deter as cassandras.
Excelente, quando as pessoas perderem a dignidade, o caos será instaurado.
Simplesmente..
Perfeito…
Dória e Witzel….. Globo…Uol/Folha…
Freixo…Petralhas…
Se preparem …para seu lugar na história…
Maravilhoso , sensato …
Vamos resgatar a figura gigante do grande Carlos Lacerda, que, certamente, estaria do nosso lado!
Ele foi varrido da História pelos lacradores e cientistas sociais.
Concordo até certo ponto.Acho que um desastre na economia é ruim como QQ epidemia.Mas e os mais vulneráveis que moram em favelas e não tem como confirmar idosos.
mas não se pode sacrificar 210 milhões de pessoas em nome de uma imensa minoria de idosos nas favelas que, segundo vc, não tem comom serem isolados
Muito bom, é o Fiuza falando, não é o gado , tá?
Bom senso com responsabilidade… Perfeita a sua análise, Fiuza!
Ponderadíssimo! Claro e objetivo.
Excelente texto.
Numa guerra as mães mandam os filhos para um possibilidade de morte em combate de no mínimo 50%. Essa pandemia no Brasil tem hoje uma letalidade de 2,7%. E aí, vamos para guerra, ou seja, pra rua trabalhar.
Boa Fiuza, me tornei seu fã
Desde que ouvi o seu primeiro comentário.
Continue assim:
Ácido e irônico na medida certa.
É confortante poder compartilhar das suas análises!
Parabéns Fiuza, por tanta lucidez????
Análise perfeita sobre o futuro do país paralisado pela pandemia do Coronavírus.
Parabéns !!!
Showww. Visão 100% de aguia.
Abç
Putz, graças a Deus um jornalista livre. Parabéns virei seu fã.
Fiuza, dá um imenso orgulho ler alguém como você. Certamente o melhor e mais livre jornalista dessas terras tupiniquins.
Que artigo genial. Colocação perfeita!
Parabéns!! Te admiro!!!??????
Parabéns! Tem espaço para mim na Revista?
Vou ter que assinar a revista por causa do Fiuza. Seus textos são excelentes !
Parabéns, Fiuza, pela honestidade intelectual. Bom saber que esta é a linha editorial da revista.
Perfeita análise.
Perfeito . Aqui em BH as pessoa que trabalham com reciclagem estão passando fome ,os velhinhos que recebia as frutas e legumes dos sacoloes não recebe mais. Os supermercados e açougues estão pela hora da morte . Tudo ficou mais caro .E os velhinhos não recebem a aposentadoria porque os bancos estão fechados e os ladrões já perceberam caixa rápido é a jóia da vez E caos vai instalando . Doria tomou café de hotel hoje. F* o resto.
Caro Sr Fiúza, bom dia! Gostei muito da sua análise. Vale para todos os seus comentários lógicos e seguro. Acredito q no Brasil os nossos políticos saibam disso, mas a guerra política parece ser mais importante. Veja a reunião dos governadores sudeste e sul comandado pelo Sr Doria, o aproveitador, q só pensa em 22? Parabéns pela análise. Vicente
Valeu pela matéria Fiuza!
Perfeito . Passando adiante aqui na minha lista de transmissão.
Maravilhoso como sempre ! Direto na ferida dos Hipocritas que só pensam em si mesmo !!
Vai precisar da interseção das 3 coisas ao mesmo tempo.
Mais realista impossível!
Bravo !!! ???????
Parabéns! Excelente matéria ??