A médica infectologista Keilla Freitas afirmou que, mesmo indetectável nos exames, ainda é possível haver o contágio por HIV através de um transplante de órgãos. Ela proferiu a declaração nesta segunda-feira, 14, no Jornal da Oeste.
A especialista destacou que os exames não são de alta complexidade e que são aplicados tanto nos pacientes na fila do transplante quanto nos pacientes doadores — sejam eles vivos, sejam mortos.
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“O Brasil faz uma gigantesca quantidade de transplantes de órgãos, há muitos anos, com altíssima segurança”, disse Keilla.
Como exemplo, a infectologista citou os processos que devem ser cumpridos para que o procedimento seja feito. “É um processo que, na verdade, é bastante sério, tanto com relação à ordem da fila como em relação à captação.”
Caso inédito
A infectologista ressalta que nunca houve “um quadro desse tipo”, ou seja, um caso relatado de transmissão de HIV por transplante de órgãos.
“Geralmente, os riscos de transmissão de infecção por transplante é justamente relacionado a exames mal-feitos, ou a infecções que estão em tempo de janela imunológica”, salientou.
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Este não costuma ser o caso das infecções por HIV através de transplantes de órgãos, de acordo com a médica. “Os exames que usamos de rastreio já são capazes de fazer o diagnóstico da infecção entre três, quatro semanas”, observou. “Então, são exames bastante extensíveis. Quando o exame realmente é realizado por laboratórios sérios, é bastante improvável que ocorra essa transmissão através dessa via, que é o transplante.”
Esses exames também são tecnicamente simples, segundo Freitas. “O mínimo de boa-vontade em se comprar o kit, armazenar adequadamente e fazer o exame da mesma forma com que se faz um exame de dengue ou um hemograma, a gente já consegue ter esses resultados sorológicos”, disse.
Como os órgãos são infectados pelo HIV?
A médica explica que, mesmo indetectável, o vírus segue capaz de infectar outras pessoas por meio do transplante. “Em situações como transplantes de órgãos ou transfusão de sangue, mesmo com a carga viral indetectável no sangue, ainda pode haver a transmissão através dessas vias”, explicou.
A infectologista orienta aos pacientes que tenham recebido o diagnóstico positivo de HIV a procurar o exame o mais rápido possível, mas faz ressalvas. “Uma pessoa que já teve um transplante tem uma questão a mais que a população geral, que é a imunodeficiência”, disse. “Sempre que a gente recebe algum transplante, para não rejeitar esse órgão, é necessário fazer uso de vários medicamentos, chamados imunossupressores, que abaixam nossa imunidade para nosso sistema imune não ‘brigar’ com aquele órgão que não é próprio nosso.”
Keilla recorda que, hoje em dia, pessoas infectadas pelo HIV podem ter vidas comuns. “Quem vive com o vírus HIV hoje, faz o tratamento adequado, começa o seu tratamento antes de evoluir para a fase Aids, que é aquela fase da infecção em que a imunidade está muito baixa, é capaz de ter uma qualidade de vida igual à da população geral, inclusive com uma expectativa de vida próxima à da população geral”, afirmou.
Para isso, são precisas alguns cuidados. “O que é necessário é tomar os medicamentos corretamente, fazer o acompanhamento médico correto e outras medidas de longevidade, como atividade física, controle de outras doenças crônicas, como colesterol, diabetes, pressão alta e cuidado com saúde mental”, disse a doutora.
Teste de farmácia
A médica conclui que também é importante que os doadores se interessem pelo diagnóstico de uma possível doença infecciosa. “Qualquer um que já está em acompanhamento por causa do transplante já pode pedir ao médico que o acompanha para voltar a fazer as suas sorologias”, porque, segundo Keilla, há outras doenças testadas nestes exames.
“Não é só o HIV que é testado, tem várias outras infecções que são testadas tanto no doador quanto no receptor, como hepatites virais, HTLV, sífilis, citomegalovírus, várias outras infecções que sempre são testados e podem ser retestados a qualquer momento”, disse a infectologista.
Keilla afirma que o paciente em dúvida “pode fazer um teste rápido pela farmácia, sem necessidade de um pedido médico, e já pode tirar essa dúvida”.
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O Brasil não é centro de referência em pesquisa contra o HIV.
O fim desse contágio parece estar ao alcance (em países do primeiro mundo), mas ainda não existe.
Muitas questões sobre as possíveis e diferentes formas de contágio precisam serem revistas e reafirmadas por autoridades.
Me voltou a questão que anos atrás foi-se divulgado que quem era “indetectável” poderia, por exemplo, ter uma relação sexual sem preservativo. Isso agora se torna mentira.
Pelo que está saindo na mídia, o caso para ser de exame mal feito é sem controle de qualidade e não essa hipótese de vírus não detectável no exame.
Mais um feito inédito do governo petista que se soma à primeira fuga em presídio de segurança máxima.