O governador de São Paulo, João Doria, suspendeu a data marcada para o início da vacinação contra a covid-19 de adolescentes a partir de 12 anos no Estado — agendada para 18 de agosto. O político alega que a medida ocorre em razão da diminuição do envio de doses pelo Ministério da Saúde(MS). Contudo, o Plano Nacional de Imunização contra a doença impede a aplicação de imunizantes para essa faixa etária.
Em sua mais recente atualização (15 de julho), o documento do MS mantém a determinação de que “as vacinas [para combater a] covid-19 não estão indicadas para essa faixa etária [menores de 18 anos]” e estabelece: “indivíduos que forem inadvertidamente vacinados deverão ter seus esquemas encerrados sem que sejam administradas doses adicionais”.
Em evento realizado para a entrega de 800 mil doses da CoronaVac, em 11 de junho, o secretário paulista de Saúde, Jean Gorinchteyn, reconheceu que a inclusão de menores de 18 no plano de vacinação dependia do aval do governo federal.
“Para que nós possamos inserir esses novos grupos etários, precisamos da deliberação do Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunização”, disse Gorinchteyn. “Além do que precisamos receber mais imunizantes, no caso da própria Pfizer, para poder dar seguimento para essa faixa etária”.
Envio reduzido de vacinas
Na quarta-feira 4, Doria afirmou que seu governo recebeu apenas a metade das 556 mil doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 previstas por sua equipe para serem entregues naquele dia. Por esse motivo, a procuradora-geral do Estado, Lia Porto, anunciou nesta quinta-feira, 5, que entrará com uma representação na Justiça “para discutir o critério adotado e o porcentual operacionado na data de ontem”. Conforme noticiou Oeste, o Ministério da Saúde garante que não há prejuízo para nenhuma unidade da Federação na distribuição dos imunizantes.