O ministro da Economia, Paulo Guedes, colocou em dúvida nesta sexta-feira, 20, a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. Segundo ele, se o texto acabar piorando o atual modelo, é melhor que não passe no Parlamento.
A primeira etapa da reforma foi encaminhada pelo governo ao Congresso no ano passado e prevê a unificação de alguns tributos. A segunda fase, enviada em junho deste ano, propõe mudanças no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas, entre outros pontos.
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“Tem muita gente gritando que está piorando, mas é quem vai começar a pagar. Temos de ver mesmo se vai piorar ou não. Se chegarmos mesmo à conclusão de que vai piorar, eu prefiro não ter [a reforma]. E piorar, para mim, é aumentar imposto, tributar gente que não pode ser tributada, é fazer alguma coisa que prejudique Estado ou município, que eu acho que não está prejudicando”, afirmou Guedes durante uma audiência pública no Senado.
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“Para quem está aumentando [a tributação]? Para lucros e dividendos. Se pagou na empresa, não pagou nada, pagou zero. Quem pagou foi a sua empresa. No Brasil, está cheio de gente rica e empresa pobre. O Brasil tem empresas extraordinárias, que sobreviveram a esse manicômio tributário”, completou o ministro da Economia.
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Tomasi diLampedusa dizia que era preciso que tudo mudasse para que tudo permanecesse na mesma. O Congresso brasileiro vai além do autor de “O Leopardo”: por que deixar na mesma, se a gente pode piorar?
Pelo menos acabe com essa colcha de retalhos, que é o pior sistema tributário do mundo.