Os Estados Unidos e a China concordaram em trabalhar juntos para conter o processo de mudança climática na próxima década. O anúncio foi feito em uma declaração conjunta divulgada de forma inesperada nesta quarta-feira, 10, na cúpula do clima em Glasgow.
Os dois países são os maiores emissores de carbono do planeta. Eles concordaram em cooperar para acelerar o processo de redução de emissões necessário para atingir a meta de limitação do aquecimento global estabelecida no acordo de Paris.
Nesse acordo, firmado em 2015, governos mundiais decidiram reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) para que a elevação global da temperatura seja limitada a 1,5°C em relação a níveis pré-industriais do século 19.
“Agora as duas maiores economias do mundo concordaram em aumentar as ambições climáticas nessa década decisiva”, afirmou o enviado americano do clima, John Kerry.
“Portanto, nós vamos fortalecer em conjunto a ação climática e a cooperação em relação às nossas respectivas situações nacionais”, disse o enviado chinês, Xie Zhenhua.
No início da COP26, China e EUA ficaram de fora de um acordo envolvendo 77 nações para eliminar o uso do carvão até 2030.
Analistas afirmaram que o presente acordo ficou aquém de um pacto similar feito pelos dois países em 2014, que facilitou o acordo de Paris no ano seguinte, segundo o jornal New York Times. Porém, a atual declaração ocorre em meio a um cenário de guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China.
O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres disse que o acordo é “um importante passo na direção certa”.
Na mesma conferência, o Brasil fez promessas relacionadas a diminuir emissões de carbono, acabar com o desmatamento ilegal e buscar a neutralidade de carbono.
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