Na sexta-feira, 4, um membro da diretoria do Comitê Olímpico Japonês (JOC) criticou os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio por ignorar as preocupações do público sobre a realização do evento em meio à pandemia, enquanto o principal consultor médico do Japão pediu novas medidas para reduzir os riscos. O Japão enfrenta uma nova onda de covid-19 e o número de casos graves sobrecarregam o sistema de saúde.
Kaori Yamaguchi, do JOC, em um artigo publicado pela agência de notícias Kyodo, acusa o governo japonês, o comitê organizador de Tóquio 2020 e o Comitê Olímpico Internacional (COI) de “evitar o diálogo” e afirma que o COI “parece pensar que a opinião pública no Japão não é importante” (como noticiado por Oeste, 80% dos japoneses são contrários ao evento). Recentemente, o vice-presidente do COI, John Coates, comentou que a olimpíada seria realizada mesmo sob estado de emergência.
“Acredito que já perdemos a oportunidade de cancelar… Fomos encurralados em uma situação em que não podemos nem mesmo parar agora. Estamos condenados se o fizermos, e condenados se não o fizermos”, diz Yamaguchi, que é ex-medalhista olímpico de judô.
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Também na sexta-feira, 4, o principal conselheiro médico do governo, Shigeru Omi, afirmou ao parlamento que o maior risco dos Jogos Olímpicos seria o aumento do movimento do público em geral, o que, no passado, contribuiu para o aumento das infecções, de acordo com uma reportagem da agência de notícias Reuters. O Japão registrou mais de 13.000 mortes e quase 750.000 casos de covid-19.
“As pessoas se cansaram do pedido de ‘ficar em casa’… A menos que (o governo) traga algo novo nesta fase crítica, será impossível prevenir o risco de contágio”, disse o conselheiro.
Omi afirmou que orientações de saúde pública, incluindo a sua, não estavam chegando ao COI: “Estamos agora considerando onde devemos dar nossos conselhos”, disse ao parlamento. “Se eles querem realizar (os Jogos), é nosso trabalho dizer a eles quais são os riscos.”
De acordo com o conselheiro, uma declaração sobre os Jogos Olímpicos está sendo planejada por especialistas médicos para 20 de junho, quando o atual estado de emergência está previsto para acabar, como reportou Oeste.
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As Olimpíadas em Tóquio deverão seguir as determinações de segurança médica e fatalmente diferirão de qualquer Olimpíada antes. Estou solidário aos 80% dos japoneses que não querem a realização das Olimpíadas nesse momento histórico.