Crítico do governo de Vladimir Putin, Alexei Navalny morreu nesta sexta-feira, 16, no presídio IK-3, também conhecido como “Lobo Polar”, no norte da Rússia. Segundo o Serviço Penitenciário do país, ele se “sentiu mal” depois de uma caminhada e “perdeu a consciência”.
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Navalny surgiu na vida pública russa em 2012. À época, ele protestava contra a reeleição de Putin. Contudo, foi em 2018 que ele ganhou notoriedade. Naquele ano, o opositor liderou protestos contra o autoritarismo do governo.
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Desde o início da invasão da Rússia na Ucrânia, em fevereiro de 2022, generais, empresários e opositores russos morreram de formas misteriosas. As mortes são atribuídas a doenças, suicídios ou acidentes.
Gennadi Lopirev
Gennadi Lopirev foi o general russo que chefiou a construção do Palácio Gelendzhik, avaliado em R$ 6,3 bilhões. O local foi erguido para o uso pessoal de Putin.
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Ele foi encontrado morto na prisão em agosto de 2023. Segundo o tablóide britânico The Sun, houve suspeitas de que ele teria sido envenenado a poucos dias antes de entrar com pedido de liberdade condicional.
Lopirev havia sido condenado a dez anos de prisão em 2017. A acusação é de que ele teria recebido propina. Ele também foi acusado por porte ilegal de munições — acusações que sempre negou. De acordo com o portal Uol, ele sabia segredos de Putin.
Pavel Antov
O magnata russo Pavel Antov foi encontrado morto em um hotel na Índia, em dezembro de 2022. Ele foi acusado de ter criticado a invasão da Rússia na Ucrânia, depois que viralizou uma mensagem atribuída a ele.
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“É extremamente difícil chamar tudo isso de outra coisa senão terror”, dizia a mensagem. Antov negou as acusações. Relatos da mídia russa disseram que ele caiu de uma janela do hotel da cidade indiana de Rayagada.
Vladimir Budanov, amigo do magnata, morreu depois de sofrer um derrame dias antes, no mesmo estabelecimento.
Ravil Maganov
Ravil Maganov foi presidente do conselho de administração da gigante russa de petróleo e gás Lukoil. Ele morreu em setembro de 2022.
Segundo as agências de notícias estatais russas RIA e Tass, Maganov morreu depois de cair da janela do sexto andar de um hospital, em Moscou.
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No entanto, a direção da Lukoil afirmou que o executivo morreu em decorrência de uma “grave doença”, mas sem revelar detalhes. A empresa foi uma das poucas companhias da Rússia a criticar a invasão na Ucrânia.
Ivan Petchorin
Ivan Petchorin também foi encontrado morto em setembro de 2022, depois de cair de um barco em movimento. Ele foi diretor da Corporação para o Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico da Rússia.
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O suposto acidente ocorreu no Mar do Japão, próximo à fronteira entre Rússia e Coreia do Norte. Petchorin havia sido escolhido a dedo por Putin para comandar a KDRV, uma das principais empresas de mineração do país.
Andrei Krukovski
Andrei Krukovski era diretor da estação de esqui Krasnaya Polyana, localizada perto de Sochi, na Rússia. Há relatos de que Putin frequentava repetidamente o local.
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De acordo com o jornal russo Kommersant, o homem realizava uma caminhada em maio de 2022, quando, misteriosamente, caiu de um penhasco.
Serguei Protosenia
Ex-vice-presidente da empresa de gás natural Novatek, Serguei Protosenia foi encontrado morto em abril de 2022. O corpo dele estava ao lado dos corpos da mulher e da filha.
A suspeita das autoridades espanholas é a de que o homem tenha esfaqueado as duas, e depois se enforcado. No entando, o filho do empresário, Fedor, questionou o suicídio ao jornal britânico Daily Mail. Ele disse que seu pai foi assassinado.
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Vladislav Avaiev
Um dia antes da morte de Protosenia e família, o multimilionário Avaiev também foi encontrado morto com sua mulher e filha de 13 anos. Eles estavam em um apartamento em Moscou. Ele foi vice-presidente do Gazprombank — um dos maiores bancos do país.
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A morte aconteceu em condições parecidas à de Protosenia. As suspeitas das autoridades é a de que Avaiev matou primeiro a mulher e a filha — e depois disparou contra si mesmo.
Vasili Melnikov
Vasili Melnikov, bilionário da MedStom, uma companhia de suprimentos médicos, foi encontrado morto em março de 2022. Ele também estava ao lado da mulher e dos dois filhos pequenos, em um apartamento na cidade russa Nizhny Novgorod. Nenhum vestígio de luta ou de invasão de domicílio foi registrado.
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