Câmara cria comissão para acompanhar caso Carrefour
Deputado fala em exemplo de “racismo estrutural”
A morte de João Alberto Silveira Freitas se torna assunto para a política em nível federal. A Câmara dos Deputados anunciou na terça-feira 24 a criação de comissão externa para acompanhar os desdobramentos do caso em que o consumidor foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour em Porto Alegre (RS).
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A comissão criada pela Câmara será coordenada pelo deputado federal Damião Feliciano (PDT-PB). O parlamentar foi quem propôs a formação da comissão. O pedido foi encaminhado à Mesa Diretora da Casa na última sexta-feira, 20, um dia após João Alberto ser assassinado.
“[O Brasil] tornou a execução de negros por agentes públicos e privados mero acontecimento cotidiano”
Para Feliciano, o crime em questão exemplifica o que ele define como “racismo estrutural”. “A violência contra pessoas negras, a repetição de casos brutais como o de João Alberto, não podem passar despercebidos pela sociedade, pelas autoridades e pelos políticos brasileiros”, afirma o deputado, informa a Agência Câmara. “Convém mencionar que a tortura e a morte de pessoas negras revelam o racismo estrutural existente no Brasil, que tornou a execução de negros por agentes públicos e privados mero acontecimento cotidiano”, complementa o parlamentar.
A comissão externa criada pela Câmara dos Deputados terá a missão de acompanhar as investigações sobre o crime cometido nas dependências de uma unidade do Carrefour. Além de Feliciano, o grupo é formado por outros cinco deputados da esquerda: Áurea Carolina (Psol-MG), Benedita da Silva (PT-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Silvia Cristina (PDT-RO).