Os 133 anos de República já testemunharam presidente eleito com muito conforto em relação a adversários e outros vencedores que comemoraram resultados bastante apertados.
Muito coisa mudou entre a aclamação de Deodoro da Fonseca com 129 votos, em 1891, e o triunfo de Jair Bolsonaro (PL), hoje candidato à reeleição, com quase 58 milhões de eleitores, em 2018. No entanto, independentemente do contexto de época, as disputas sempre mexeram com a nação.
As disputas por meio de votação direta foram interrompidas em alguns períodos da história republicana, como na ditadura Getúlio Vargas (1930-1945) e durante o regime militar (1964-1985), com retomada em 1989, depois do amplo movimento do Diretas Já.
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Abaixo, Oeste apresenta a eleição mais desigual e a mais acirrada da história das disputas presidenciais brasileiras, com base no parâmetro porcentual, trazendo o contexto de cada um desses pleitos.
A vitória mais folgada
1926
Washington Luís (Partido Republicano Paulista): 99,7% – 688.528 votos
Joaquim Assis Brasil (Partido Republicano Democrático): 0,16% – 1.116 votos
Washington Luís foi o último presidente do domínio conhecido como “política do café com leite”, com alternância do poder entre nomes de São Paulo e de Minas Gerais, por meio da aliança entre o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM). Depois desse período, veio a ruptura, com a Revolução de 1930 e o início da ditadura de Getúlio Vargas.
A escolha do grupo dominante da época recaiu em 1926 sobre Washington Luís, nascido no Estado do Rio de Janeiro, mas então presidente de São Paulo, em cargo que equivale hoje a governador. O representante da política paulista sucedeu ao mineiro Artur Bernardes na Presidência, em disputa com o gaúcho Joaquim Assis Brasil, representando uma frente de oposição considerada pouco relevante naquele momento.
Apesar da vitória confortável, Washington Luís foi o presidente que amargou o encerramento de um período conhecido como República Velha (1889-1930), quando oligarquias controlavam a política nacional e também influenciavam os processos eleitorais. Na época, a decisão do presidente de romper com o rodízio com os mineiros, escolhendo o paulista Júlio Prestes como seu candidato a sucessor, acabou provocando crise interna no grupo dominante do poder.
Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930, 21 dias antes do término do seu mandato como presidente. A manobra se deu por um golpe militar liderado pelo general Tasso Fragoso, que passou o poder, em 3 de novembro, às forças político-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930.
Depois do golpe, Washington Luís se exilou nos Estados Unidos e na Europa, retornando ao país somente em 1947.
A eleição mais apertada
2014
Dilma Rousseff (PT): 51,64% – 54.501.118 votos
Aécio Neves (PSDB): 48,36% – 51.041.155 votos
Em termos porcentuais, a vitória mais apertada foi a de Dilma Rousseff (PT), em 2014, quando a então presidente conseguiu a reeleição em disputa acirrada com Aécio Neves (PSDB). A petista levou a melhor, com vantagem de pouco mais de 3% dos votos.
Na oportunidade, o Partido dos Trabalhadores buscava o quarto mandato seguido, mas tinha a imagem desgastada pela sequência de escândalos, do Mensalão no governo Lula e, depois, com o Petrolão, já durante a gestão de Dilma. Nesse clima, o avanço das investigações da Operação Lava Jato acabou impulsionando a candidatura de Aécio na reta final de campanha.
Dilma teve 3,5 milhões de votos a mais do que Aécio, num universo de mais de 112 milhões contabilizados — incluindo brancos e nulos. Outros 30 milhões de pessoas não foram votar no segundo turno de 2014.
O artigo de Silvio Navarro na Edição 130 da Revista Oeste descreve os bastidores da apuração, com a aflição petista durante o período em que Aécio esteve na frente, antes da virada definitiva. Confira, abaixo, um trecho da reportagem:
“O roteiro da apuração terminou com suspense até a cena final. Por causa da diferença do fuso horário para o Acre, o resultado só começou a ser divulgado às 19 horas pela imprensa. Porém, como a contagem teve início às 17 horas, os resultados de muitos TREs (Tribunal Regional Eleitoral) já eram conhecidos. E a dianteira de Aécio era grande.
Com mais da metade dos votos apurados, às 18h30, o tucano tinha uma vantagem de 6,7 milhões para Dilma. A campanha tucana se agitou. (…) Do outro lado do campo, o clima no comitê petista era de tensão. Mesmo depois da divulgação do resultado final, os semblantes de Dilma, Lula e Rui Falcão, então presidente do PT, estavam apreensivos. Reeleita, ela permaneceu pálida ao agradecer ao eleitorado no discurso da vitória.”
Mesmo com a vitória, a turbulência político-econômica marcou a sequência de Dilma no poder. O segundo mandato da petista durou somente até meados de 2016, quando a presidente foi afastada do cargo por meio de processo de impeachment na Câmara, em razão de crimes de responsabilidade. Então, o vice Michel Temer (MDB) assumiu o comando do país.
Claro que foi apertada, sem mencionar que foi uma eleição duvidosa!
Tanto um quanto outra tiveram que sair pela porta dos fundos do palácio. Parece que roubar na eleição não dá certo.
Se pudesse ser auditada, Aécio seria declarado vencedor.
Ela foi eleita em contagem apertada??? Recontem e verão que o pó branco de Minas teria vencido o pleito. As urnas deram a vitória à anta. E deu no que deu. Tivemos que defenestrá-la! E esta ação trouxe o melhor do pt à tona; o mimimi e o vitimismo.
Segundo o instituto DataFolha, desta feita o candidato Luiz Inácio Lula da Silva vai superar a marca de Washington Luís.
Não se preocupem: de acordo com o Datafoice, Lula será eleito com 200% dos votos. Recorde mundial.