STF não é imune a críticas, afirma Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado, 24, durante debate presidencial realizado no SBT. Segundo o chefe do Executivo, há “constantes” intervenções da Corte nos demais Poderes.

“Quase toda semana tem algo contra o Executivo”, salientou Bolsonaro, ao lembrar que o STF barrou o decreto que reduzia o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Esse decreto entrou em vigor, depois de várias outras edições, porque um ministro achava que certos produtos não deveriam ter o IPI reduzido.”

O chefe do Executivo acredita que o STF, assim como os demais Poderes, pode sofrer críticas. “O Supremo não é um poder imune a críticas”, observou Bolsonaro, em réplica ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT). “Eles fazem muita coisa errada. Não é pouca, não. Ciro, se coloque no meu lugar de governar o país com ativismo judicial, como existe no Supremo Tribunal Federal.”

Bolsonaro disse que não deve nada à Justiça. “Quando assinei o indulto de Daniel Silveira [PTB-RJ], disseram que havia comprado uma briga com o Supremo”, observou. “Se fosse para defender meu filho, ficaria quieto. Mas não vou trair minha consciência. Tenho certeza de que, caso reeleito, indicarei mais dois ministros para o Supremo. Com quatro pessoas lá dentro, pensando em prol do Brasil, o Supremo mudará a forma de agir.”

O presidente também lembrou o decreto de armas, que não foi respeitado pela Suprema Corte. “É privativo do Congresso Nacional discutir e anular decretos do presidente da República”, afirmou Bolsonaro. “Partidos políticos sem representação pedem socorro diretamente ao Supremo, em vez de entrarem com um projeto pela derrubada do decreto presidencial. Em pouquíssimos dias, toma-se uma decisão de forma monocrática.”

Acompanhe o debate

O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) promove neste sábado, em parceria com Estadão/Rádio Eldorado, CNN Brasil, Veja, Terra e Novabrasil FM, um debate entre os candidatos à Presidência da República. O evento teve início às 18h15 e se encerrará às 20h15, no horário de Brasília.

Foram convidados para o debate os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). Eles pertencem a partidos que têm, no mínimo, cinco deputados federais.

Conforme noticiou Oeste, Lula foi o único que decidiu não participar do debate. O petista havia dito que, em virtude da demora na confirmação do evento, decidiu marcar comícios em São Paulo e no Rio de Janeiro. O SBT, por sua vez, emitiu uma nota para rebater essa ideia. “Diferentemente do que foi declarado pelo candidato, a formação do pool deu-se antes mesmo da sugestão feita por sua campanha, com a parceria firmada originalmente entre SBT, Veja, Novabrasil e Estadão/Eldorado, ainda em março deste ano”, informou.