A atividade da indústria do Brasil começou 2023 com ligeira melhora em relação a dezembro de 2022, mas, ainda assim, em contração, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira, 1º, pela S&P Global.
A pesquisa do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), mostra que a indústria brasileira subiu a 47,5 em janeiro e 44,2 em dezembro, permanecendo abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.
Os produtores de bens, segundo a pesquisa, revelaram que a demanda fraca, o aumento dos preços e a incerteza fiscal afetaram as vendas em janeiro. Houve queda nas novas encomendas pelo quarto mês seguido, ainda que no ritmo mais fraco desde outubro. As encomendas internacionais também diminuíram em janeiro, por condições econômicas desfavoráveis no cenário global e por temores de recessão, e as vendas internacionais caíram num dos ritmos mais fortes em 17 anos de existência da pesquisa.
A fraca demanda levou as empresas a reduzirem os volumes de produção, em meio ainda ao cancelamento e ao adiamento de pedidos existentes. Em relação à inflação, preços mais elevados de alimentos, metais, plásticos e alguns componentes importados mantiveram os custos em alta, com a taxa de inflação acelerando ao maior nível em cinco meses.
Algumas empresas tentaram repassar os aumentos de custos a seus clientes, mas outras ofereceram descontos, devido à demanda fraca, a condições competitivas e ao excesso de estoques. O cenário de baixa demanda levou a novos cortes de empregos no setor industrial, mas a contração foi marginal e no ritmo mais fraco em três meses.
