O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), renunciou nesta sexta-feira, 11, por meio de uma carta entregue à Assembleia Legislativa, para evitar o processo de impeachment.
O documento foi protocolado por volta das 15 horas, duas horas antes do segundo turno da votação que poderia levar ao julgamento do governador por crimes de responsabilidade, por parte de um tribunal misto, composto por cinco deputados estaduais e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado.
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Ele afirma que tomou a decisão para “apresentar de forma tranquila e serena sua defesa ao Poder Judiciário em relação às injustas e inverídicas acusações que lhe foram imputadas”.
Carlesse era alvo de um processo de impeachment por acusações baseadas na decisão do Superior Tribunal de Justiça, que o afastou do cargo em outubro do ano passado.
As investigações da Polícia Federal apontam participação de Carlesse em um esquema de recebimento de propinas e também interferência política na Polícia Civil do Tocantins.
Após a votação em primeiro turno, na quinta-feira 10, o governador emitiu uma nota dizendo não concordar com a votação e afirmando ser inocente.
Desde outubro de 2021, quando Carlesse foi afastado pelo STJ, o vice-governador Wanderlei Barbosa (sem partido) exerce o cargo de forma interina, e agora passa a ser efetivo. Ele rompeu com Carlesse e trocou praticamente todo o secretariado. Wanderlei tem forte apoio na Assembleia Legislativa, conta com 21 dos 24 deputados.
Carlesse tornou-se governador também numa crise política. Ele era presidente da Assembleia, quando o governador Marcelo Miranda (MDB) e a vice Cláudia Lelis (PV) foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral por uso de caixa 2 na campanha de 2014. Ganhou a eleição de 2018, assumiu, e agora renuncia para evitar o impeachment e a perda de direitos políticos.
É o espelho do político brasileiro!