Trinta e oito entidades do agronegócio assinaram um manifesto para demonstrar preocupação com o possível aumento da carga tributária aos produtores. No documento, o grupo pede que o Congresso Nacional priorize a discussão e aprovação da reforma administrativa para diminuir gastos antes de querer aumentar a arrecadação.
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Entres as entidades que assinaram a carta estão a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira do Agronegócio, Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Associação Brasileira de Proteína Animal.
No texto, entregue à Frente Parlamentar da Agropecuária, os representantes dizem ter “preferência pelo exame da reforma administrativa (PEC 32/2020), uma vez que a reforma tributária tem se mostrado como simples aumento da carga tributária para adimplemento [cumprimento de todas as responsabilidades financeiras] de obrigações do Estado”. O setor pede que não haja limitação ao desconto simplificado do imposto de renda (IR) para não causar maior complexidade, burocracia e aumento da carga tributária.
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Conforme o chefe do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, a imposição do limite de R$ 40 mil de rendimentos anuais para o desconto simplificado vai na contramão da simplificação que o setor defende. Ele conta que a medida, se aprovada, vai afetar ao menos 88 mil agricultores e pecuaristas que declaram IR com o desconto simplificado e gerar aumento de custos com contabilidade aos pequenos produtores.