Para o colunista de Oeste, as classes dirigentes só descobriram que é preciso cuidar do país quando o coronavírus alcançou os ricos
Com 50% da população brasileira sem saneamento básico, 25 quilômetros dos rios Tietê e Pinheiros (em São Paulo) contaminados e 3 mil lixões ao ar livre, a classe política brasileira e os “intelectuais” resolveram apresentar soluções para a pandemia de coronavírus no Brasil. Assim observa o colunista de Oeste José Roberto Guzzo, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
“O Brasil só descobriu que é preciso cuidar da saúde pública quando o coronavírus chegou à classe média e aos ricos”, afirmou, ao mencionar que a Lei do Saneamento Básico está parada no Congresso Nacional. De tantas modificações, aos poucos foi ficando irreconhecível. “Político brasileiro tem horror a fazer esgoto: é obra que ninguém vê e que não rende voto”, argumenta Guzzo.
Para o colunista, o distanciamento social, na prática, não funciona. Ele usa como exemplo a favela de Paraisópolis, localizada na cidade de São Paulo, onde muitas pessoas dividem o mesmo espaço. Ademais, cita outro local também na capital paulista: a Cracolândia, que é um dos mais violentos focos de tuberculose do Brasil. E quem tenta resgatar as pessoas de lá é tachado de “higienista”.
De acordo com Guzzo, não interessa aos governantes resolver todos esses problemas. Isso porque querem manter vivos, pelo máximo de tempo possível, os atuais contratos com as estatais que nada fazem para melhorar a situação das pessoas. Mais, é rentável para esses governantes manter nos cabides de emprego a enorme quantidade de funcionários públicos, focos de influência política.
“A culpa disso não é dos marcianos. É dos que governam o Brasil, em todos os níveis — e de mais ninguém, pois só eles têm a autorização legal para agir na área”, conclui.
CIDADANIA como almejo AMPLO teu exercício. .. Nação e Estado juntos! Será possível algum dia? Serei eu uma herdeira dos bandeirantes delirando em utopia?
JR Guzzo, muito obrigado pelo texto, pois eu não estou aguentando a hipocrisia dos governadores com essa p…. do corona!
JR: “A culpa disso não é dos marcianos. É dos que governam o Brasil, em todos os níveis — e de mais ninguém, pois só eles têm a autorização legal para agir na área”.
Marajás deitados em berço esplêndido. Vivem em um Mundo particular, usufruindo de seus privilégios. Crise ? Que crise ? Já devem ter providenciado uma Arca de Noé, para sobreviverem ao pior.
As palhaçadas repetidas dos poderes executivo e judiciário escondem a verdadeira situação trágica das condições de vida do brasileiro. E agora o pior aparece. Por quanto tempo o legislativo vai segurar as diretrizes básicas do saneamento na gaveta do Congresso. Quousque tandem Catalina abutere patient ia nostra? E depois do corona, vira’ o que? A peste negra? Agora que os ratos estão se fortalecendo?
Estamos enganando quem? Ou esta imprensa tão cônscia em defender a própria liberdade ? Porque não mostra a realidade brasileira das favelas, dos bairros pobres e dos miseráveis . Essa mesma imprensa tem alguma proposta concreta para combater “tudo o que está aí ? Ou os “ globais” acham que vão mudar o país só criticando o presidente
Pelas frases infelizes ?
Essas senhoras que se repetem diuturnamente apenas porque tem um palanque nos canais de televisão ou nos jornais não se dão conta de que ninguém acredita mais nelas.
A China está aqui. Mas a China de 50 anos atrás, não a de hoje. Porque não nos espelharmos na Coreia do Sul que estava como estamos hoje e agora e’ um exemplo a ser seguido.
ACORDA BRASIL
O que segue, abaixo, não é nada de inédito. nem para ser levado a sério. Apenas elucubrações em tempos de quarentena, passando para cinquentena e talvez chegando a sessentena…
A memória de crises relacionadas com a Saúde e Segurança decresce na razão direta do patrimônio, renda e conforto que a classe média média e acima têm. Quando uma pandemia ou o índice de violência dispara, então essa memória de crises passadas é imediatamente ativada e apenas gera críticas, desabafos e memes.
Na classe média baixa e abaixo, essa memória em relação à Saúde e Segurança também decresce – porém, na razão inversa do índice de desemprego e/ou condições de sobrevivência como autônomos – pois, na luta pela sobrevivência a prioridade é conseguir o pão de cada dia, e não chegar ao risco de morrer de fome. Quando uma pandemia ou o índice de violência dispara, a memória é ativada e alerta para implorar por socorro imediato.
Tudo é tão simples assim, e aterrador: a grande maioria daqueles que governam, sempre em sintonia e cúmplices de poderosos interesses, conhecem essas relações entre memórias sociais e crises – e, friamente, jogam com o Orçamento Público e garantir seus ganhos de cada dia.
AHT
19/04/2020