Ricardo Felício, geógrafo e meteorologista, avaliou que o “ambientalismo prejudica a prevenção” a incêndios florestais. Ele explicou que a militância impede que algumas medidas preventivas sejam tomadas pelos governos. O especialista concedeu entrevista ao Jornal da Oeste, nesta segunda-feira, 26.
“Infelizmente, essa ação de congelar [proteger] tudo, que o ambientalismo proporciona por meio de medidas legais no Brasil, não estão facilitando nada”, explicou Felício, que é colunista do site da Revista Oeste. “Estão, na verdade, prejudicando o combate.”
O comentário ocorre durante os incêndios que atingem o Estado de São Paulo. O fenômeno afetou pelo menos 48 municípios paulistas, neste fim de semana. A Polícia Militar prendeu três pessoas pelos focos de fogos. Cerca de 66 pessoas ficaram feridas e duas morreram com os incêndios.
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O meteorologista explicou que alguns países adotam medidas não utilizadas no Brasil para combater ou mitigar os incêndios. Na avaliação de Felício, a queimada controlada, que permite que uma baixa porcentagem da vegetação seja queimada no período pré-estiagem, seria uma das soluções para reduzir os incêndios no país.
A ação permite extinguir a vegetação mais propícia a ser incendiada e protege grande parcela da floresta. Ambientalistas brasileiros, porém, criticam a medida por quererem proteger toda a vegetação.
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“Você controla aquilo e deixa o material biológico abaixar, não deixa queimar altos potenciais de vegetação, porque uma vez que você tem um incêndio maior, você acaba perdendo tudo”, explicou Felício. “Existem algumas técnicas deveriam ser o utilizadas e trazidas para o Brasil, mas sai do discurso ambientalista que sempre quer aquela coisa de não mexer em nada, tudo tem que ser preservado, não pode tomar nenhum tipo de medida.”
Reflorestamento exige mais ações de combates a incêndios
O geógrafo também explicou que o Brasil tem investido em reflorestamento, o que aumenta a quantidade de “material biológico” com potencial para provocar incêndios. A medida tem de ser acompanhada de ações para combater e mitigar incêndios, segundo o especialista.
“Tem que ter a devida proporção e trabalhar em cima desses números”, disse Felício. “Se você quer aumentar vegetação, ok, mas você também tem que se preparar que em períodos de estiagem. Você também está propício a ter grandes incêndios. Isso não é nenhuma novidade.”
Confira a entrevista completa de Ricardo Felício ao Jornal da Oeste no canal da Revista Oeste no YouTube. O programa é transmitido ao vivo, de segunda-feira a sexta-feira, a partir das 16h.
É a dicotomia ambiental da conservação e do manejo. Fundamentalistas só enxergam a conservação e não arcam com as consequências. Se liberassem a pecuária do jacaré, a criação de araras, a pecuária da capivara, o meio ambiente estaria mais protegido. Se alguém tem um papagaio pet, essa tchurma acha um crime. Daí quem tem sítio drena o brejo, mata todos os jacarés e põe vaca e tá tudo certo. Burrice fede!