Estudos internacionais realizados em 12 países, com 1,7 mil pacientes, comprovaram eficácia de três medicamentos em casos graves
Estudos internacionais realizados em 12 países, que reuniu 1,7 mil pacientes em estado crítico, comprovou que o uso de corticoesteroides reduz a mortalidade em casos graves de covid-19.
A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, 2, no Journal of the American Medical Association (Jama).
Três medicamentos foram testados: dexametasona, hidrocortisona e metilprednisolona. Todos são usados há décadas como anti-inflamatórios, anti-alérgicos e para tratar doenças respiratórias.
Por se tratar de trabalho científico, os pacientes foram divididos em dois grupos: um recebeu os medicamentos e o outro não. Dos que tomaram o remédio, 32% morreram após 28 dias de tratamento, contra 40% dos que não tomaram, uma diferença de 20%.
O levantamento também mostra que não houve efeitos colaterais graves na utilização dos corticoides.
A análise foi realizada por um grupo de trabalho que pesquisa possíveis tratamentos para o coronavírus na Organização Mundial da Saúde (OMS) e inclui pesquisadores brasileiros.
Entre as descobertas está o fato de que a dexametasona pode diminuir o tempo de entubação de pacientes graves.
Os pesquisadores, no entanto, alertam que não se devem usar os corticoides para casos leves da doença, já que a medicação só deve ser incorporada ao tratamento caso exista uma inflamação em curso, o que não acontece com todos os infectados pelo vírus.
A pesquisa divulgada hoje comprova a análise de junho da Universidade de Oxford, que falava sobre a eficácia do uso de dexametasona em pacientes graves da covid-19.
No Brasil, o imunologista Roberto Zeballos utiliza um protocolo de tratamento com corticoides em seus pacientes desde abril.