Trabalho de combate à covid-19 é conduzido por profissionais da USP e do InCor
Foram iniciados os trabalhos para o desenvolvimento de uma vacina genuinamente brasileira contra a covid-19. É o que informa a Agência Fapesp nesta quinta-feira, 4 de junho. O antídoto, aliás, começou a ser aplicado em camundongos. Mas a possibilidade da ação chegar aos seres humanos já anima a equipe responsável pelo projeto.
Leia mais: “Lancet ‘despublica’ artigo sobre hidroxicloroquina”
“Já conseguimos desenvolver três formulações de vacinas que estão sendo testadas em animais. Em paralelo, estamos formulando diversas outras para identificar a melhor candidata”, comenta Gustavo Cabral. Conforme avisa a Agência Fapesp, ele é o responsável pelo time à frente do projeto da vacina.
Cabral, contudo, não está sozinho na missão de desenvolver uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus. O projeto é composto, sobretudo, por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor) e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). O programa conta, ainda, com apoio da Fundação de Ampara à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O chefe da ação explica, ainda, que a vacina brasileira surge baseada na utilização de partículas semelhantes ao vírus em questão. São, a saber, as VLPs, sigla do inglês para virus like particles. De acordo com Cabral, isso dá mais segurança ao projeto, pois trata-se de um conjunto de componentes biológicos e naturais.
“É possível direcionar o sistema imunológico”
“Com essa estratégia é possível direcionar o sistema imunológico para reconhecer as VLPs conjugadas a antígenos como uma ameaça e desencadear a resposta imune de forma eficaz e segura”, complementa o chefe dos trabalhos que, a partir de testes em camundongos, planeja ajudar a população — sobretudo a brasileira — a se ver livre do vírus chinês.
Acompanhamento
Gustavo Cabral reforça que a fase dos testes da vacina em camundongos será desenvolvida a longo prazo. O pesquisador explica que o trabalho se dá em três tópicos:
- Aplicação das vacinas nos animais, em diferentes níveis;
- Amostra semanal do plasma sanguíneo de cada camundongo testado;
- Análise da equipe de pesquisadores em relação à eficácia dos anticorpos injetados nos animais.
“Esse acompanhamento contínuo também permitirá sabermos quantas doses da vacina serão necessárias para conferir imunidade”, complementa Cabral. Líder do time que trabalha em prol da vacina brasileira contra a covid-19, ele é pós-doutor em imunologia pela USP.
Vacinas pelo mundo
A notícia sobre o desenvolvimento da vacina brasileira contra o novo coronavírus surge na semana em que o tema ganha vez no mundo. Primeiramente, o laboratório Pfizer avisou que o seu antídoto deve chegar ao mercado em outubro. Trump, por sua vez, garantiu que as vacinas nos Estados Unidos avançam mais rápido do que o previsto. Nesse sentido, empresa italiana conseguiu financiamento. No Brasil, além de poder contar com os trabalhos liderados por Gustavo Cabral, há a perspectiva de parte da população ser testada com a fórmula vinda da Oxford e a informação de que o país irá compor o grupo que visa “acelerar” o combate à pandemia.
MAIS | “A evolução da doença no Brasil e no mundo” — painel atualizado diariamente pela equipe do site da Revista Oeste
Que ótimo!
O que conseguir primeiro,será bem vindo!