Filiado ao PSC, ele foi eleito vice-governador em 2018, mas assumiu o comando do Estado devido ao afastamento de Wilson Witzel
Um vereador de primeira viagem que não cumpre o mandato completo e menos de quatro anos depois se vê diante da responsabilidade conduzir o Estado do Rio de Janeiro. Foi dessa forma que a carreira política de Cláudio Bonfim de Castro e Silva caminhou de 2016 até agora. Filiado ao PSC, Cláudio Castro está à frente do Poder Executivo fluminense desde o fim de agosto, quando o então titular Wilson Witzel foi afastado do cargo por ordem judicial.
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Diante da situação, Oeste se propõe a explicar quem é Cláudio Castro, como ele surgiu na política partidária e se tornou, aos 41 anos de idade, o governador em exercício do Rio de Janeiro.
Um paulista no RJ
Natural de Santos, a maior cidade do litoral paulista, Castro chegou ao Rio de Janeiro ainda criança devido à mudança de sua família. Desde então, não deixou mais a “Cidade Maravilhosa”. Estudou na capital fluminense e se formou em direito em 2005 pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade), instituição de ensino particular descredenciada pelo Ministério da Educação em 2014. Desde que se diplomou, passou a atuar como advogado, mas sem deixar a política de lado.
Católico e cantor gospel
Para conduzir o Estado do Rio de Janeiro, certamente não faltará fé a Cláudio Castro. Católico, o político também atuou profissionalmente como cantor gospel e chegou a lançar álbuns, que podem ser comprados pela internet. É o caso, por exemplo, dos CDs Dia de Celebração e Em Nome do Pai. Além de cantor, ele se apresenta como compositor e produtor dos trabalhos musicais.
Antes de lançar álbuns em carreira solo, o hoje governador em exercício do Rio de Janeiro foi boy band. Criou a banda gospel chamada Em Nome do Pai (que deu nome a seu primeiro CD). O grupo foi formado em 1997 e ficou ativo até 2010. Entre os próprios projetos musicais, Castro garante que chegou a atuar como produtor-executivo de shows e de álbuns de outros artistas do gênero, como Márcio Pacheco e Banda Dom.
Ele até já gravou clipes…
Cláudio Castro: artista e assessor parlamentar
Por um tempo, Cláudio Castro conciliou a carreira artística com a atividade na política fluminense. Filiado ao PSC, atuou por 12 anos como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Chegou, assim, a ser chefe de gabinete de 2004 a 2016. Em razão da relação direta com deputados estaduais, tentou ele próprio ocupar cargo eletivo no Poder Legislativo. A primeira tentativa, contudo, foi frustrada. Candidatou-se a vereador da capital fluminense em 2012, mas recebeu pouco mais de 8 mil votos e não se elegeu.
Vereador eleito
A derrota nas urnas não o abalou. Dessa forma, ele seguiu como assessor parlamentar e cantor gospel. Entretanto, o desejo de se tornar vereador do Rio de Janeiro se concretizou no pleito de 2016. Não recebeu muitos votos: foram cerca de 10 mil eleitores cariocas. Mesmo assim, a quantidade foi suficiente para garantir seu primeiro mandato — foi o nono menos votado entre os 51 vereadores eleitos na ocasião.
Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Castro chegou a ter vez na mesa diretora, pois foi eleito segundo-secretário. Além disso, apresentou 18 projetos no decorrer dos dois anos em que trabalhou como parlamentar carioca. São de autoria dele:
- Uma emenda à lei orgânica;
- Dez leis ordinárias;
- Dois decretos legislativos; e
- Cinco resoluções.
Do Legislativo para o Executivo
Vereador de primeira viagem, Cláudio Castro não cumpriu os quatro anos de mandato. Isso porque foi escolhido pelo comando do PSC local para compor como candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-juiz federal Wilson Witzel (do mesmo partido) na disputa eleitoral pelo governo do Estado do Rio de Janeiro em 2018. Com a coligação recebendo mais de 4,6 milhões de votos e a vitória nas urnas, ele trocou o Legislativo carioca pelo Executivo fluminense.
Governador interino
Eleito vice-governador há dois anos, Castro se vê obrigado a comandar o Poder Executivo do Rio de Janeiro desde 28 de agosto. A data marcou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que afastou Witzel do cargo por 180 dias. Com o titular fora de ação, o governador interino tem feito reuniões, viajado a Brasília e até se aproximado de desafetos de Witzel. Nesse sentido, uma de suas primeiras atitudes à frente do Palácio Guanabara foi conversar com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Conforme noticiou Oeste, ficou acertado o início do “diálogo” entre as partes.
Recebi agora há pouco uma ligação do senador @FlavioBolsonaro, que se colocou à disposição para ajudar o Estado do Rio de Janeiro na renovação do Regime de Recuperação Fiscal. Diálogo! Todos pelo Rio!
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) August 31, 2020
O primogênito do presidente da República não foi o único a declarar apoio à gestão do cantor gospel. O próprio partido de Cláudio Castro, o PSC, fez questão de — deixando Witzel aparentemente de lado — se colocar a seu dispor na missão de conduzir as políticas públicas do Estado do Rio de Janeiro. “O PSC confia plenamente no governador em exercício, Cláudio Castro, e dará todo o apoio para que ele conduza o governo de modo a atender da melhor forma possível aos anseios da população do RJ”, informou a legenda.
Perfil conciliador
Considerado um político de perfil conciliador e bom nos bastidores do poder desde o início da gestão iniciada por Witzel, de acordo com informações apuradas por Oeste, Castro tem começado a implementar seu ritmo no comando do governo. Apesar de, em seu primeiro ato no gabinete de governador, se reunir com parte do primeiro escalão e prometer não trocar ninguém, ele mudou de ideia. Nesta semana, por exemplo, promoveu quatro mudanças:
- Polícia Civil — sai Flávio Brito e entra Allan Turnowski;
- Gabinete de Segurança Institucional — sai José Luiz Corrêa e entra Marcelo Bertolucci;
- Procuradoria-Geral do Estado — sai Reinaldo Silveira e entra Bruno Dubeux;
- Controladoria-Geral do Estado — sai Hormindo Bicudo Neto e entra Francisco Ricardo Soares.
Cláudio Castro também é investigado
Assim como Wilson Witzel, Castro também está na mira de investigações. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Tris in Idem, deflagrada pela Polícia Federal no fim de agosto. No entanto, diferentemente de decisões contra Witzel, a Justiça não o afastou da vida pública.
Governador do rio??!!! então é futuro preso!!! Kkkk estou torcendo p freixo ser governador, é minha esperança p ver ele preso